Jornal do Peninha

Opinião e informação

Caiado cobra atuação do governo federal na saúde em Goiânia

Governador pede ação do Hospital das Clínicas

José Abrão

Durante coletiva de imprensa na cerimônia de diplomação dos candidatos eleitos de Aparecida de Goiânia na manhã desta terça (17/12), o governador Ronaldo Caiado comentou sobre a nova operação da Polícia Civil contra supostos esquemas de corrupção na Secretaria Municipal de Goiânia, com o cumprimento de mais cinco mandados de prisão contra servidores. Caiado cobrou uma resposta do governo federal à crise e disse que o Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Goiás (HC-UFG) está com 200 leitos fora de uso.

Sobre a operação, ele disse: “são ações da nossa Polícia Civil. Então caberá a eles explicarem à população o porquê e como as coisas ocorreram”, comentou o governador. Questionado se a nova operação impacta ou pesa de alguma forma sobre o Estado, que interviu no município por determinação judicial, o governador disse que o interventor está fazendo o trabalho dele.
“Hoje no estado de Goiás, se você buscar, você hoje não vê nenhuma demanda de leitos de UTI. Você vê que o Estado de Goiás sobrecarregou todos os hospitais do Estado, neste momento, para que nós déssemos vazão à demanda da capital. É um verdadeiro colapso”, disse.
Foi neste ponto que o governador pediu respostas do governo federal. “Uma coisa que precisavam de perguntar, e principalmente vocês da imprensa, é por que o Hospital das Clínicas, que é do governo federal, tem mais de 200 leitos fechados”, disse. “O Estado de Goiás, com o que tem, está atendendo toda essa demanda. Agora, onde é que está o Hospital das Clínicas? Onde é que está o apoio do governo federal no momento de um colapso como esse?”, questionou.

Ao jornal A Redação a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), empresa pública que gere o Hospital das Clínicas de Goiânia, informou que não foi procurada pela equipe do interventor. Em nota, o HC-UFG/Ebserh informou que “recentemente, e de maneira espontânea, abriu 10 novos leitos de UTI pediátricos e outros 6 leitos de UTI adultos, tendo informado e disponibilizado de imediato os serviços às secretarias municipal de Goiânia e estadual de saúde”.

O HC-UFG e a Ebserh comunicaram ainda que “estão à disposição dos gestores locais, para seguir contribuindo”.

Operação
A Polícia Civil de Goiás cumpriu cinco mandados de prisão e 17 de busca e apreensão mirando uma fraude que teria desviado R$ 10 milhões da Secretaria Municipal da Saúde em Goiânia. Foi mais um capítulo da série de investigações sobre corrupção na pasta entre novembro e dezembro deste ano.

No dia 27 de novembro, o secretário titular, Wilson Pollara, foi preso por seu envolvimento em supostos esquemas de desvio de verbas. Desde então, dois secretários assumiram e então entregaram o cargo em menos de uma semana.
Neste período, pacientes morreram aguardando leitos de UTI na rede municipal e houveram paralisações de atividades e protestos das equipes médicas por falta de pagamentos e de insumos básicos como seringas e luvas.
A justiça estadual determinou a intervenção do governo de Goiás no município e Márcio de Paula Leite foi nomeado interventor no dia 11 de dezembro para tentar sanar a crise