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Advogada goiana se torna a primeira trans a presidir uma comissão da OAB-GO

Advogada Amanda Baliza, em Goiânia — Foto: Arquivo Pessoal/Amanda Baliza

Advogada Amanda Baliza, em Goiânia — Foto: Arquivo Pessoal/Amanda Baliza

A goiana Amanda Souto Baliza, de 30 anos, é a primeira advogada transexual a tomar posse em uma comissão da Ordem dos Advogados do Brasil em Goiás (OAB-GO). Ela se tornou a chefe da Comissão de Diversidade Sexual e de Gênero (CDSG).

Segundo a entidade, Amanda também é a única presidente de uma comissão em seccional da OAB no Brasil. Outra advogada trans preside uma comissão em subseção na cidade de Hortolândia, interior de São Paulo.

Ela foi nomeada por meio de solenidade virtual na segunda-feira (7), em Goiânia. Amanda foi a primeira mulher trans a modificar o registro profissional na ordem, após a alteração de seu registro civil. A advogada conta o quanto é importante atuar na comissão que luta pela mesma causa em que acredita.

“Hoje eu posso afirmar, com certeza, que pela primeira vez na vida eu tenho trabalhado com o que gosto e com o que acredito. Não acho que vou mudar o mundo, mas penso que posso ajudar pelo menos um pouquinho”, pontuou.

Amanda é natural de Estrela do Norte, cidade do interior de Goiás. Ela iniciou o curso de direito aos 16 anos e se formou aos 21. A advogada estuda sobre os direitos LGBTI+ (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis, Transexuais e pessoas Intersex) desde que estava na faculdade.

“Trabalho com a questão de movimentos sociais e atuo nessa pauta desde o início de 2020. Acabou se tornando uma questão muito focada. Hoje meu trabalho é praticamente todo relacionado à pauta dos direitos das pessoas LGBTI+”, conta.

Há quase 10 anos a comissão articula projetos e parcerias para promover o conhecimento sobre a luta pelas causas de diversidade sexual e de gênero. Segundo um dossiê elaborado pela Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra), divulgado em 29 de janeiro deste ano, em um cenário mundial, o Brasil é o país que mais mata pessoas transexuais, chegando a mais de 175 registros de mortes em 2020, aumento de 41% em relação a 2019.

“Precisamos entender as perspectivas da advocacia em suas pluralidades e fazer com que a voz da população LGBTI+ seja ouvida em todas as instâncias”, finalizou.