Em nota enviada à imprensa , os advogados destacam que “não podem dar razões” à saída do caso e que “confiam na inocência” do médium
Nove advogados que compõem a defesa de João de Deusrenunciaram ao cargo, na tarde desta quarta-feira (24). A informação foi divulgada por meio de nota enviada à imprensa pelo advogado Alberto Zacharias Toron e assinada pelos demais profissionais. A defesa ficou sete meses à frente do caso e era composta, além de Toron, por Alex Neder, Luísa Moraes Abreu Ferreira, Renato Martins, Paulo Sergio Coelho, Giovana Paiva, André Perasso, Eduardo Macul e Robert Koller.
Os advogados destacaram no texto que “por imperativo ético, não podemos declinar as razões. Contudo, reiteramos nossa confiança na inocência do Sr. João.” Em outro trecho, os profissionais alegaram que “repudiamos a irreparável injustiça de manter preso preventivamente, sem os devidos cuidados médicos, um homem de 77 anos, doente, que ainda aguarda um veredicto sobre as acusações lançadas contra si. Confiamos que em um futuro breve a verdade e a Justiça sejam restabelecidas.”
João de Deus segue preso desde dezembro de 2018 no Núcleo de Custódia do Complexo Prisional de Aparecida de Goiânia. Na última terça-feira (23), o Ministério Público de Goiás (MP-GO) ofereceu a nona denúncia referentes a crimes sexuais. Além disso, ele também foi denunciado duas vezes por porte ilegal de arma de fogo. Ele sempre negou os abusos sexuais, mas admitiu conhecimento das armas.
Na tarde desta quarta-feira (24), ocorre, no Fórum de Abadiânia, uma audiência sobre o caso das armas, mas sem a presença do médium, que foi dispensada. Apesar da renúncia, os advogados ainda respondem profissionalmente pelo período de dez dias, contados a partir de hoje.
Leia a nota completa na íntegra:
Após sete meses de intensos trabalhos, com a realização de quase uma centena de audiências de norte a sul do Brasil, bem como a impetração e sustentação oral de inúmeros habeas corpus e recursos perante o Tribunal de Justiça de Goiás, o STJ e o STF, a defesa técnica do Sr. João Teixeira de Faria, conhecido como João de Deus, renuncia à causa. Por imperativo ético, não podemos declinar as razões. Contudo, reiteramos nossa confiança na inocência do Sr. João e repudiamos a irreparável injustiça de manter preso preventivamente, sem os devidos cuidados médicos, um homem de 77 anos, doente, que ainda aguarda um veredicto sobre as acusações lançadas contra si. Confiamos que em um futuro breve a verdade e a Justiça sejam restabelecidas.Alberto Zacharias Toron, Alex Neder, Luísa Moraes Abreu Ferreira, Renato Martins, Paulo Sergio Coelho, Giovana Paiva, André Perasso, Eduardo Macul e Robert Koller, advogados.