Presidente comentou teor do vídeo de reunião ministerial ao chegar no Palácio da Alvorada
Fonte: Mais Goiás
Ao comentar o teor do vídeo da sua reunião ministerial, o presidente Jair Bolsonaro admitiu na noite desta sexta-feira que temia uma operação de busca e apreensão contra seus filhos e citou preocupação em estar sendo perseguido pelo governador do Rio Wilson Witzel.
Em entrevista à rádio Jovem Pan na noite desta sexta, Bolsonaro acrescentou que o “sistema particular” de informações que ele citou durante a reunião ministerial é formado por conhecidos dele.
– O que é meu serviço de informações particular? É o sargento do batalhão do Bope do Rio de Janeiro, é o capitão do grupo de artilharia lá de Fortaleza, é o policial civil que tá em Manaus, é meu amigo que tá na reserva e me traz informação da fronteira. Este é meu serviço de informação particular que funciona melhor do que este que eu tenho oficialmente, que não traz informação. Esta sempre foi a minha crítica. Este problema, temos aqui o aparelhamento de instituições e não é fácil mudar isso – afirmou na entrevista.
Um dos filhos de Bolsonaro, o hoje senador Flávio Bolsonaro, é investigado pelo Ministério Público do Estado do Rio sob suspeita de um esquema de rachadinha (devolução de salários e desvio de recursos públicos) que funcionaria em seu gabinete na época em que era deputado estadual. No dia 18 de dezembro, o ex-assessor Fabrício Queiroz e outros funcionários do gabinete foram alvo de uma operação comandada pelo MP do Rio sobre o esquema – uma loja de chocolates de Flávio foi alvo também.
– O tempo todo vivendo sob tensão, possibilidade de busca e apreensão na casa de filho meu, onde provas seriam plantadas. Levantei isso, graças a Deus tenho amigos policiais civis e policiais militares do Rio de Janeiro, que isso tava sendo armado pra cima de mim – disse Bolsonaro.
Em seguida, o presidente relatou o diálogo que teve com o então ministro da Justiça Sergio Moro, que era o chefe da Polícia Federal:
– Moro, eu não quero que me blinde, mas você tem a missão de não deixar eu ser chantageado – afirmou.
A declaração também confirma declaração feita por Bolsonaro no vídeo da reunião de que tinha um sistema paralelo de informações, que funcionaria melhor do que os órgãos oficiais.
– O meu particular funciona. Os ofi… que tem oficialmente, desinforma – afirmou na reunião.
No Twitter, Moro respondeu ao presidente, afirmando que não cabe ao Ministério da Justiça obstruir investigações da Justiça Estadual.
“Não cabe também ao Ministro da Justiça obstruir investigações da Justiça Estadual, ainda que envolvam supostos crimes dos filhos do Presidente. As únicas buscas da Justiça Estadual que conheço deram-se sobre um filho e um amigo em dezembro de 2019 e não cabia a mim impedir”, disse.