Para ‘traçar linhas de ação’. Antes, não irá se pronunciar. Tratará sobre conversas vazadas. Demissão não foi discutida
O porta-voz da Presidência, Otávio do Rêgo Barros, disse nesta 2ª feira (10.jun.2019) que o presidente Jair Bolsonaro ainda não vai se pronunciar sobre as mensagens trocadas pelo ministro Sergio Moro (Justiça e Segurança Pública) e o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol.
Segundo Rêgo Barros, Bolsonaro já “fez contato com Moro”, mas prefere conversar pessoalmente com o ministro para “compartilhar o conhecimento dos fatos” e, posteriormente, falar sobre o assunto à imprensa.
Moro viajou para Manaus (AM) nesta 2ª (10.jun) e, conforme agenda divulgada pelo Ministério, retornaria às 17h de hoje para Brasília. De acordo com o porta-voz, conversa entre o presidente e o ministro deve ser realizada nesta 3ª (11.jun.2019).
“Ele fez contato com Moro e, a partir de amanhã, se coloca à disposição para compartir com o ministro os fatos sobre esse vazamento”, disse Rêgo Barros.
Conversas obtidas pelo portal The Intercept, de 1 período de 2 anos (2015-17), mostram Moro dando orientações sobre procedimentos da operação Lava Jato, da qual era juiz e Dallagnol é coordenador. Esse tipo de comunicação é considerada ilegal pela Constituição Brasileira.
Em nota, o ministro disse que não viu “nada de mais” no conteúdo da conversa. Para Moro, conversas entre juízes, procuradores e advogados é algo normal.
Segundo o porta-voz, Bolsonaro não “adiantou” informações sobre o que será tratado em encontro com Moro, mas disse que a conversa será importante para que o presidente estabeleça estratégias para o governo avançar economicamente.
“A importância é o presidente conhecer do próprio ministro Sergio Moro a sua percepção e, a partir dessa conversa, traçar linhas de ação e estratégias para avançar no sentido que nós tenhamos o país no rumo certo, em particular, no tema economia e nos temas que estejam tangenciando. Esses temas precisam ser solucionados o mais logo possível”, disse.
Questionado sobre possibilidade de demissão de Moro, o porta-voz disse: “jamais foi tocado neste assunto”.
Sobre como o governo deve reagir em relação ao anúncio da oposição de que irá obstruir pautas até que “medidas administrativas” sejam tomadas contra Moro, Rêgo Barros disse que o governo ainda “não tem nenhum planejamento” para a questão.
“Como o nosso presidente não teve a oportunidade de compartilhar o conhecimento dos fatos junto ao ministro Sergio Moro, o governo não tem nenhum planejamento de momento para o fato que você trouxe à nossa apreciação”, disse, ao responder uma jornalista.