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Bolsonaro: quem indica o diretor-geral da PF sou eu, não o Moro

Presidente afirma que, se não puder trocar um superintendente regional, pode tirar o chefe da corporação, Mauricio Valeixo, homem de confiança do ministro

Fonte: Veja

O presidente Jair Bolsonaro (PSL) indicou a possibilidade de trocar o diretor-geral da Polícia Federal (PF) Maurício Valeixo em mais uma saia-justa para o ministro da Justiça, Sergio Moro. “Se eu trocar [Valeixo] hoje, qual é o problema? Está na lei que eu que indico e não o Sergio Moro. E ponto final”, declarou Bolsonaro em conversa com jornalistas nesta quinta-feira, 22.

Bolsonaro ainda afirmou que foram trocados onze superintendentes da PF e “ninguém falou nada”, mas quando ele sugeriu uma troca, acusaram-no de interferência. “Se eu não posso trocar o superintendente, vou trocar o diretor-geral. Não se discute isso aí”, disse. O presidente ainda reforçou que o diretor-geral é subordinado a ele e não a Moro.

Maurício Valeixo foi indicado pelo ministro para o cargo dentro da PF e é um nome de confiança de Moro no órgão. O delegado foi superintendente da Polícia Federal no Paraná e coordenou a operação de prisão do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Foi também em sua gestão que foi fechada a delação de Antônio Palocci com a PF em Curitiba.

Questionado se há, de fato, intenção de trocar o chefe da PF, Bolsonaro respondeu que, se o fizer, será “na hora certa”. “Hoje eu não sei. Tudo pode acontecer na política”, respondeu. Na quarta, o presidente afirmou ser um mandatário que pode “interferir mesmo” em alguns órgãos federais se for preciso. Nesta quinta, reforçou o posicionamento dizendo que supostas interferências são, na sua visão, uma forma de “mudança”.

“Quero que se combata a corrupção, que façam as coisas da melhor maneira possível. Eu não estou acusando ninguém de fazer nada errado. Mas a indicação é minha. Por isso elegeram o presidente da República. Se não pudesse ter ingerência, interferência, seria mantido o anterior, o cara que foi nomeado antes iria ficar até morrer”, disse.

(Com Estadão Conteúdo)