Novo sistema completa 10 dias de operação
Ao chegar à plataforma de embarque e desembarque, chama a atenção a ausência de assentos. Passageiros podem ter que esperar por até 20 minutos em pé para pegar o ônibus. Já no quesito mobilidade, o sistema entrega mais agilidade. O trecho, antes realizado em cerca de uma hora, agora leva, em média, 45 minutos para ser concluído.
Plataforma do BRT (Foto: Victor Santos/A Redação)
A economia de tempo poderia ser maior. O corredor exclusivo para ônibus termina na avenida 4ª Radial e, a partir deste ponto, já não há grande diferença entre o BRT e o transporte coletivo convencional. O trânsito volta a ficar lento com os motoristas de carros, BRTs e demais ônibus disputando espaço no asfalto.
A reportagem entrevistou passageiros do BRT e constatou uma reclamação praticamente universal: a baixa velocidade dos ônibus. “Tem esse corredor exclusivo, livre de tráfego intenso, mas não adianta muita coisa pois os motoristas dos ônibus andam muito devagar aqui”, opinou um passageiro.
Ônibus do BRT em corredor exclusivo (Foto: Victor Santos/A Redação)
Um motorista que não quis se identificar justificou o problema dizendo que, em parte, a “culpa” são dos ônibus elétricos. “Não podemos pisar muito fundo em um elétrico, senão ele descarrega muito rápido. Se estiver em um ônibus a combustão e um elétrico estiver na frente, tem que ter paciência, já que não é possível ultrapassar no corredor exclusivo”, afirmou.
Além disso, a lotação dos ônibus, problema crônico do transporte coletivo, também acontece no BRT. O terminal Isidória é um dos principais pontos de lotação do trecho, que segue até o terminal Veiga Jardim, em Aparecida de Goiânia.
Conforto
Os veículos utilizados no BRT entregam conforto superior aos convencionais. Alguns assentos contam com entradas USB para o carregamento de celulares, o que pode ser de bom uso para os passageiros. A climatização também é eficiente, mesmo em dias mais quentes, como os enfrentados nas últimas semanas em Goiás.
Tomada para carregar celular e interior de ônibus do BRT (Foto: Victor Santos/A Redação)
Após cinco dias consecutivos de uso do BRT, a reportagem constatou que, de fato, há uma economia de tempo em comparação com o sistema convencional de transporte coletivo. O uso do corredor e da linha semi-expressa, que não para em plataformas no trecho entre a Praça Cívica e o terminal Isidória, fazem com que a viagem se torne mais rápida para os passageiros.
Apesar disso, ainda há problemas que persistem há anos no transporte público de Goiânia e região metropolitana. O maior deles é a lotação. Passageiros em pé e até mesmo dificuldade para se mover dentro dos veículos são cenas comuns de testemunhar no novo sistema.
Por fim, a comodidade de se ter um corredor exclusivo de 17 quilômetros não é totalmente explorada por conta de limitações de velocidade dos veículos. Informações da prefeitura de Goiânia dão conta de que as linhas semi-expressas do BRT contam com uma velocidade média de 26 km/h, contra 22 km/h das linhas paradoras. O governo de Goiás, por sua vez, informou que a velocidade máxima dos carros do BRT é de 60 quilômetros por hora.