Foragido desde a segunda-feira (29), Wanderson já teria percorrido mais de 130 quilômetros em fuga (confira o mapa). Nesta sexta-feira (3) ele teria pedido emprego em uma fazenda em Mocambinho, distrito de Gameleira. Segundo os proprietários da fazenda, o foragido teria conversado com três funcionários do local e, após perceber que havia sido reconhecido, fugiu pela mata.

O prefeito de Gameleira, Wilson Tavares Júnior, diz que o momento é de cautela e destaca que há muitas informações desencontradas. Ainda sem saber se os policiais irão se instalar na cidade, Wilson diz que a decisão atual é a de suspender as aulas presenciais em Gameleira na segunda.

O prefeito afirma que esteve na fazenda pouco depois do proprietário comunicar a presença de Wanderson no local. “Chamei a polícia e fui direcionando eles aqui pela região”, diz ao destacar que os policiais são de Anápolis, cidade vizinha, e conhecem pouco a região.

Proprietária de uma loja de móveis em Gameleira, Márcia Gregório diz que percebe medo entre os moradores, mas diz que ela própria não acredita na possibilidade de Wanderson chegar na cidade. “Ele não vai se arriscar a vir até aqui, mas claro que mesmo assim todo mundo fica com medo”, considera a comerciante.

Em Mocambinho o medo é maior. O empresário Fernando Júnior, dono de um supermercado do distrito, diz que o ocorrido mexeu com a rotina pacata do lugar, que tem apenas 15 ruas. “As pessoas estão mais dentro de casa. No supermercado o movimento diminuiu”, relata Fernando. 

Crimes

Wanderson é suspeito de matar a mulher, Raniere Aranha Figueiró, de 19 anos, grávida de quatro meses, a enteada, Geysa, de 2 anos, e o produtor rural Roberto Clemente de Matos, de 73, crime cometido na zona rural de Corumbá. O rapaz também teria tentado estuprar e matar a mulher de Roberto, Cristina Nascimento Silva, de 45. Ela foi atingida por um tiro no ombro, fingiu ter morrido e conseguiu ser deixada para trás por Wanderson, que fugiu com a caminhonete do casal.

O homem ainda é investigado por outros dois crimes. Um cometido em 2019, quando teria esfaqueado uma companheira no município de Goianápolis. Ele chegou a ficar preso pelo crime entre dezembro de 2019 e março de 2020, quando recebeu liberdade condicional. O outro crime teria sido cometido em São Gotardo, município de Minas Gerais, no ano de 2020. No segundo crime documentado, Wanderson teria assassinado um taxista com golpes de facas após roubá-lo na companhia de outros três colegas.

Fuga

Após o triplo homicídio na cidade de Corumbá, no domingo (28), Wanderson foi para a casa de um amigo em Alexânia, a 45 quilômetros de distância. Na cidade, Wanderson teria ido para uma praça pública, voltou para a residência onde tomou cerveja, dormiu e conseguiu vender um celular roubado de uma das vítimas por R$ 200. O rapaz que comprou o aparelho foi preso na segunda-feira em flagrante, por receptação, e continua detido.  

Depois de deixar Alexânia o suspeito teria ido para Abadiânia, a quase 30 quilômetros da cidade em que encontrou com amigos. O trajeto entre os dois municípios teria sido feito de táxi. 

Durante a madrugada da quarta-feira (1º), Wanderson teria trocado tiros com o proprietário de uma chácara localizada a poucos quilômetros do centro de Abadiânia. O proprietário da chácara contou que teria descarregado uma arma no suspeito, mas não soube dizer se alguns dos tiros o atingiu. O suspeito teria efetuado dois disparos e um deles atingiu a caminhonete do chacareiro.

O novo avistamento foi feito apenas nesta sexta (3), na fazenda de Mocambinho. Apesar do relato de concentração de policiais na cidade, o prefeito diz que ainda não está definido se haverá uma base da operação no município. A Polícia Civil e a Militar não dão declarações oficiais sobre as investigações e, até a quinta-feira (2), teriam abandonado a ideia de centralizar as ações em uma base.