Martins, que sempre manteve relações estreitas com o ex-presidente, passou a coordenar toda a comunicação de Lula no fim de maio. A persistir essa ideia, a contratação de um bom produtor de TV é pensada como solução, em um ambiente no qual o ex-presidente pode chegar com vantagem no início oficial da corrida eleitoral e já com um peso importante nas redes sociais, hoje ainda polarizadas com o atual mandatário da República, Jair Bolsonaro (sem partido).
“Coração”
O programa de TV sempre foi considerado o “coração” das campanhas, seja no nível nacional, seja nos estados ou nas capitais. Era a principal entrega dos profissionais de publicidade.
Apoiadores de Lula apontam que o tempo até a próxima eleição é relativamente curto para propiciar mudança brusca de cenário e não seria suficiente para apresentação e consolidação de nomes novos.
A ausência do “supermarqueteiro” é novidade na campanha de Lula, embora o PT já tenha experimentado o modelo em 2018, quando Haddad foi o candidato. Lula estava preso, mas dava o tom.
Campanhas anteriores de Lula tiveram grandes nomes do marketing político, Duda Mendonça e João Santana. Os dois receberam recursos vultosos nas campanhas e acabaram presos posteriormente sob acusação de terem sido pagos com recursos provenientes de caixa 2.
João Santana, por sua vez, trabalhou para reeleger Lula, eleger e reeleger Dilma Rousseff. Agora, fechou contrato com a campanha do cearense Ciro Gomes (PDT), outro nome forte na disputa.