Jornal do Peninha

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Candidatos estreiam em rádio e TV com biografias e críticas à gestão pública

Primeiras peças foram ao ar nesta sexta 

No primeiro programa de rádio e TV, os prefeitáveis apostaram em apresentação pessoal, identificando suas trajetórias pessoais e suas ligações com Goiânia. Além disso, alguns deles iniciaram o horário eleitoral apresentando problemas em áreas como: Saúde, Mobilidade, Limpeza Pública, entre outros.
A reportagem analisou os dois horários da propaganda de Rádio e a primeira veiculação do bloco de Televisão. Veja o que disseram os prefeitáveis:
Rogério Cruz (Solidariedade): Coligação Todos Por Goiânia. Tempo: 35 segundos.
Rádio e TV
Com tempo curto no horário eleitoral, o prefeito e candidato à reeleição, Rogério Cruz (Solidariedade) teve o mesmo programa veiculado no rádio e na TV. O prefeitável fez sua apresentação inicial destacando sua trajetória pessoal, com passagem pela África. Ele destacou que após dois mandatos consecutivos de vereador, foi convidado, em 2020, a participar da chapa, sendo vice de Maguito Vilela, que veio a falecer, logo após assumir o mandato, em janeiro de 2021.
O prefeito argumentou que a gestão dele foi superior à de outros nomes que passaram pela Prefeitura de Goiânia. Ele ainda afirmou que uma de suas principais atuações foi no combate à Covid-19, durante a pandemia, logo após que assumiu o mandato.
Sandro Mabel (União Brasil): Coligação União Por Goiânia. Tempo: 3 min 11 segundos
Rádio e TV
O programa de Sandro Mabel teve algumas pequenas adaptações na propaganda de Rádio e TV, mas basicamente o conteúdo foi o mesmo, com uma apresentação inicial do perfil de Mabel feita pelo governador Ronaldo Caiado. O tempo do candidato do União Brasil é o maior neste horário político de propaganda eleitoral.
Foram apresentadas falas de discursos de Gracinha Caiado, Bruno Peixoto e ainda de Daniel Vilela. Mabel apresentou problemas na cidade e disse que questões se desenrolam na cidade por falta de gestão. A presença de Ronaldo Caiado na chapa e a parceria com Sandro Mabel foi demasiadamente explorada no primeiro programa tanto no rádio como na TV.
Falas de discursos na convenção do partido União Brasil como “Arrocha Goiânia” foram utilizadas na propaganda eleitoral. Ela é alusiva a frase de Caiado feita na campanha de 2018: “Arrocha Goiás”.
Adriana Accorsi (PT): Coligação Pra Cuidar de Goiânia. Tempo: 2 min e 05 segundos
Rádio
A candidata do PT fez uma apresentação pessoal, informando que nasceu em Itapuranga, mas que vive na capital desde os dois anos de idade, e que residiu na sua infância no Jardim Novo Mundo A candidata destacou a atuação dela enquanto Delegada Geral da Polícia Civil de Goiás e que a convite do pai dela, o ex-prefeito Darci Accorsi foi convidada para ingressar na vida política. Além disso, foi destacada a trajetória de cargos eletivos, como deputada estadual e federal.
TV
Já na Televisão, além da apresentação descrita acima, a coligação da petista apresentou a argumentação da candidata como uma pessoa que cuida dos outros. A referência foi feita ao destacar membros da família, de trabalhos na área de Segurança Pública e por fim, na vida política.
Vanderlan Cardoso (PSD): Coligação Goiânia que Queremos (PSD e Progressistas).
Tempo: 1 minuto e 44 segundos.
Rádio
Na propaganda de rádio Vanderlan Cardoso foi apresentado como aquele que pretende ser um “prefeito síndico”. O senador procurou se posicionar como oposição a outros grupos políticos que não teriam promovido realizações nos últimos 12 anos.
Assim como em eleições anteriores, Vanderlan ressaltou sobre a descentralização em sete regiões da cidade e encerrou buscando amarração histórica junto a Pedro Ludovico. O candidato argumentou que, se Ludovico foi capaz de construir uma nova cidade “do nada”, ele terá condições de promover melhorias na capital.

TV

No programa de TV, Vanderlan Cardoso procurou associar com figuras históricas de Goiás que construíram para o desenvolvimento de Goiânia. Ele citou os nomes de Pedro Ludovico com a construção da nova capital; De Iris Rezende, com a realização de mutirões e de Nion Albernaz com a transformação da “cidade primavera”.
Assim como na propaganda eleitoral de rádio, Vanderlan citou problemas como o BRT, a revitalização do Centro e de Campinas. O candidato pretende trabalhar para aceleração do desenvolvimento urbano.
Fred Rodrigues (PL): Coligação Goiânia Acima de Tudo (PL e Novo);
Tempo: 1 minuto e 36 segundos
Rádio e TV
O programa de Fred Rodrigues foi o mesmo preparado para a TV e para o Rádio. Não houve adaptações como na propaganda dos demais candidatos. Fred Rodrigues destacou sua ligação com Goiânia, sendo filho de migrantes que tentaram a sorte na capital, morando inicialmente no Setor Vila Novo Horizonte e atualmente residindo no Jardim América.
Fred se apresentou como empresário, cristão e de direita. Ele relatou que foi escolhido pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para ser seu candidato a prefeito, em Goiânia. Fred gravou programa na linha do BRT Norte Sul, ele argumentou que a obra tem atrapalhado o setor produtivo da cidade.
O prefeitável disse que a obra foi projetada ainda no primeiro mandado do presidente Lula (PT), tendo entrado no legado das “pérolas” da Copa do Mundo de 2014, e Goiânia não foi escolhida como sede.
No entanto, as obras do BRT Norte Sul, diferente do que destacou o candidato, a construção do corredor de transporte teve início em 9 de abril de 2015, já no segundo mandato da ex-presidente Dilma Rousseff.
Fred Rodrigues lembrou as derrotas do Brasil por 7 a 1 na Copa de 2014, e as eliminações na Copa de 2018 e 2022 e que neste período a obra do BRT sequer foi concluída. O candidato criticou a entrega da obra em ano eleitoral. O BRT entra em operação parcial já a partir deste sábado (31).
Matheus Ribeiro (PSDB): Federação PSDB – Cidadania;
Tempo: 29 segundos.
Rádio
O candidato não teve o programa veiculado no primeiro dia de horário eleitoral no rádio. No espaço destinado ao Tucano, ao contrário de eleições passadas que indicava apenas a locução: “Horário reservado ao partido”, neste pleito, para preencher o tempo houve o destaque da Justiça eleitoral para serviços como o “E-Título”.
TV
Matheus Ribeiro (PSDB) ressaltou o trabalho de pré-campanha, com o diálogo com a população. Além disso, ele relembrou a sua trajetória como jornalista e que acompanhou muitos problemas da cidade. Com tempo curto na propaganda eleitoral, o prefeitável chamou a audiência para diálogo nas redes sociais.
* Professor Pantaleão (UP); não tem direito a horário no rádio e TV.
Análise de discurso
No primeiro dia do horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio, a dinâmica das campanhas eleitorais começa a se delinear. Segundo o professor e cientista político Pedro Araújo Pietrafesa, o início da propaganda eleitoral oferece uma visão preliminar das estratégias de comunicação dos candidatos. Ele observa que, embora o horário eleitoral permita uma exposição significativa, o formato das pílulas publicitárias pode limitar a profundidade da discussão.

Pietrafesa destaca que “os candidatos apresentam suas propostas em pílulas curtas durante a programação, o que pode resultar em uma comunicação fragmentada.” Ele acredita que essas mensagens compactas não proporcionam um debate efetivo entre as candidaturas, mas sim um “bombardeio de informações”, onde cada campanha busca destacar suas visões e soluções de forma isolada.

O professor também aponta que a eficácia do horário eleitoral pode ser impactada pelo formato de pílulas, que não favorece um diálogo aprofundado entre candidatos. Em vez disso, as campanhas terão que se concentrar em apresentar suas estratégias de forma autônoma, sem um confronto direto com a oposição. “O objetivo do horário eleitoral não é promover um debate entre as campanhas, mas sim permitir que cada candidatura mostre sua perspectiva e propostas”, explica Pietrafesa.
Além disso, ele observa uma tendência de mudança no comportamento do eleitorado, especialmente com o crescimento do consumo de informações pelas redes sociais. “O horário eleitoral gratuito na televisão e no rádio pode atrair menos atenção ao longo do tempo, especialmente entre os eleitores mais jovens que estão cada vez mais conectados às mídias digitais”, afirma o professor.
A análise de Pietrafesa também destaca a importância da adaptação das campanhas à nova realidade do consumo de mídia. “Os políticos precisam entender que, enquanto o horário eleitoral é uma ferramenta importante, a comunicação via internet e redes sociais está se tornando cada vez mais crucial para alcançar o eleitorado jovem e engajado.”
Essa perspectiva sugere que, embora o horário eleitoral continue a ser um componente significativo das campanhas, a evolução das estratégias de comunicação será vital para engajar todos os segmentos do eleitorado.
Veiculação da propaganda
Nas eleições para os cargos de prefeito e vereador, as emissoras devem veicular a propaganda eleitoral gratuita de segunda a sábado, das 7h às 7h10 e das 12h às 12h10, na rádio; e das 13h às 13h10 e das 20h30 às 20h40, na televisão.
Além dos blocos de propaganda, nos sete dias da semana, as emissoras de rádio e de televisão devem reservar 70 minutos diários para o horário eleitoral gratuito, que terá inserções de 30 e 60 segundos, a critério do respectivo partido político, federação ou coligação, e distribuídas ao longo da programação veiculada entre das 5h às 24h.