Jornal do Peninha

Opinião e informação

Conselho de Farmácia de Goiás alerta contra automedicação durante pandemia

Entidade não recomenda uso de invermectina

Fonte: AR

O Conselho Regional de Farmácia do Estado de Goiás (CRF-GO) publicou, nesta quarta-feira (8/7), alerta contra a automedicação. “Neste momento, em meio à pandemia do novo coronavírus, mais do que nunca, é importante que a população não se automedique e não acredite em receitas milagrosas”, diz o texto do CRF-GO.
O diretor secretário da entidade, Daniel Jesus, explica que “não existe cura para a covid-19.” “O uso de qualquer medicamento deve ser feito apenas sob prescrição médica e orientação de um farmacêutico”, acrescenta o diretor, que é professor e mestre em farmacologia.
O Conselho ainda reforça que cientistas, indústrias e países de toda a parte da Terra “trabalham para encontrar uma vacina e um tratamento mais efetivo para a doença”. “A melhor maneira de se evitar o contágio da doença, entretanto, ainda é o distanciamento social, a higienização frequente das mãos com água e sabão, o uso de máscara e de álcool em gel”, prossegue a entidade.
Segundo o CRF-GO, não há qualquer medicamento capaz de prevenir o novo coronavírus ou sequer um kit que reúna preventivos à doença. Existem sim fármacos capazes de tratar sintomas e controlar o avanço da doença, mas devem ser prescritos por um médico, após diagnóstico, avaliação e acompanhamento individual, pois a doença evolui de forma diferente para cada paciente.
O CRF-GO não recomenda o uso de invermectina para a prevenção da covid-19 e também adverte quanto aos riscos para pacientes em estágio grave da doença. “A utilização da ivermectina quando há sinais de hiperinflamação pode acometer o Sistema Nervoso Central. O médico, assim, deve fazer uma rigorosa avaliação do risco-benefício antes de prescrever este medicamento, estando atento, principalmente, aos sinais e sintomas de alteração do estado mental  e sensorial do paciente.”
A entidade reitera que todos os profissionais de saúde devem ter conhecimento sobre os riscos neurotóxicos que a ivermectina pode ocasionar, para oferecer informações completas e promover o monitoramento clínico adequado do paciente, a fim de identificar possíveis reações adversas e evitar a ocorrência de mais danos pelo novo coronavírus.
Além do mais, o Conselho de Farmácia afirma se preocupar com a falsa sensação de segurança e proteção que o uso de invermectina pode causar à população, provocando um relaxamento das condições básicas e comprovadas de combate à pandemia.