Mercado da educação é promissor
AR
As cooperativas de ensino têm ganhado cada vez mais espaço em Goiás. Segundo levantamento realizado neste ano pela Universidade Federal de Goiás (UFG), para o amplo estudo Panorama do Cooperativismo Goiano, a mensalidade média de uma cooperativa no ensino infantil era de R$ 597,00, em 2022. Para o ensino fundamental 1 e 2, o valor mensal variava de R$ 656 a R$ 904. E no ensino médio, a parcela média era de R$ 1.054.
Com a proposta de unificar os valores do cooperativismo com o processo de aprendizagem, as crianças saem das escolas preparadas para uma realidade mais sustentável, humana e, obviamente, cooperativa. Como também não visam lucro, o dinheiro arrecadado com as mensalidades é reinvestido nas próprias cooperativas, que se destacam pela educação de qualidade e menor custo mensal aos pais dos alunos.
A Cooperativa de Ensino de Quirinópolis (CEQ), fundada em 1987, é uma das que tem se destacado em Goiás. Segundo a diretora-presidente, Ana Cristina Alves dos Santos, nos últimos quatro anos, houve um crescimento significativo em números de alunos. “O que torna esse sistema educacional cooperativista tão atraente é que são os próprios pais dos alunos que administram as escolas. Os recursos financeiros também são geridos pelos pais, por meio de assembleias, nas quais eles votam e opinam sobre os rumos da escola”, enfatiza.
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Ao contrário das escolas particulares, as cooperativas não visam ao lucro. Dessa forma, afirma Ana Cristina, os professores promovem a educação com base nos valores da democracia, cidadania, cooperação e desenvolvimento da comunidade. Até por isso, o impacto social do cooperativismo é grande. Ela frisa ainda que a CEQ gera empregos e movimenta a economia local, contribuindo para o desenvolvimento de Quirinópolis.
“Vimos quantos caminhos e quão longe o cooperativismo pode nos levar. De lá para cá, vários projetos começaram a ser desenvolvidos na unidade escolar para trabalhar a formação cooperativista com os alunos. A nossa parceria com o Sistema OCB/GO é tão forte que, desde o início da pandemia da covid-19, pudemos conhecer mais os serviços do SESCOOP/GO, que trouxeram inúmeras possibilidades para nosso crescimento”, afirma a presidente da CEQ.
Mercado promissor
Outro exemplo é o da Cooperativa Educacional de Pontalina (CEP), que atende crianças e adolescentes do Jardim até o Ensino Médio. Embora exista há 30 anos, nos últimos 8 anos, está em processo de reestruturação, sob a presidência de Lidivino do Carmo Garcia. Ele conta que o mercado da educação é promissor para o cooperativismo goiano. Com um preço mais justo, a cooperativa acaba surgindo como uma ótima alternativa à iniciativa privada.
“Uma vantagem muito grande é que o ensino é próximo ao de Goiânia, em relação à qualidade. Os pais não precisam mandar os filhos para estudarem longe, porque temos um quadro de professores diverso, sendo a maioria vinda da capital”, explica Lidivino Garcia.
Para ele, o primeiro impacto do cooperativismo na população é o social. “Traz um fortalecimento para a família mesmo. Com isso, o investimento fica no município. Os ramos das cooperativas vão se ligando e, consequentemente, elas vão se interligando também. Não tem outro meio melhor de crescimento. O futuro é o cooperativismo”, enfatiza o presidente da CEP.
Ramo Consumo
O ramo de consumo somava 12 cooperativas associadas ao Sistema OCB/GO em 2022, com faturamento bruto de R$ 255,3 milhões, segundo levantamento da UFG. Eram 15,1 mil cooperados e 351 colaboradores diretos no ano passado, com folha salarial de R$ 15,1 milhões. Dentro do ramo, se destacam as cooperativas que atuam nos segmentos de educação, tecnologia e compras/convênios.