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Coronavírus: Brasil teve um dos maiores aumentos de casos nas últimas 24 horas, aponta OMS

Diretor de emergências da entidade, Michael Ryan, afirmou que a situação na América do Sul está ‘longe’ de ser estável. ‘Não acredito que chegamos ao pico da transmissão’, disse Ryan.

G1 BR

O diretor de emergências da Organização Mundial de Saúde (OMS), Michael Ryan, destacou nesta segunda-feira (1º) que o Brasil foi um dos países com o maior aumento do número de casos de Covid-19, a doença causada pelo novo coronavírus, nas últimas 24 horas. Também firmou que o país está entre aqueles que não chegaram ao pico da transmissão.

Dos 10 países que reportaram mais casos nesse período, afirmou Ryan, 5 estavam nas Américas: Brasil, Estados Unidos, Peru, Chile e México.

“E nós estamos vendo um aumento progressivo de casos diariamente em vários países diferentes”, completou Ryan. “Os países têm tido que trabalhar muito, muito duro para entender a escala de infecção, mas, também, os sistemas de saúde estão começando a ficar sob pressão em toda a região”.

O diretor de emergências demonstrou preocupação em particular com o Haiti, “por causa da fraqueza inerente no sistema [de saúde]”, disse. “Existem outros países nas Américas em que os sistemas de saúde também são fracos”.

Ele pontuou, ainda, que há respostas diferentes à pandemia em cada país da região.

30 de maio: coveiro usa roupas de proteção contra a Covid-19 no Cemitério Municipal Recanto da Paz, em Breves, no Pará, próximo à Ilha de Marajó. — Foto: Tarso Sarraf/AFP

30 de maio: coveiro usa roupas de proteção contra a Covid-19 no Cemitério Municipal Recanto da Paz, em Breves, no Pará, próximo à Ilha de Marajó. — Foto: Tarso Sarraf/AFP

Ryan também afirmou que a situação da pandemia na América do Sul está “longe de ser estável”, e que não acredita que a região tenha chegado ao pico da pandemia. Ele pediu solidariedade aos países da região.

“Há muitas semanas, o mundo estava muito preocupado com o que aconteceria no sul da Ásia ou na África, e, até certo ponto, a situação nesses dois cenários ainda é difícil, mas é estável. Claramente, a situação em muitos países da América do Sul está longe de ser estável. Houve um aumento rápido de casos e aqueles sistemas [de saúde] estão sofrendo cada vez mais pressão”, declarou.

“Mas o que nós precisamos, sim, fazer é mostrar solidariedade aos países da América Central e do Sul. Precisamos ficar com eles, fornecer o apoio que pudermos para ajudá-los a superar esse vírus, como fizemos coletivamente para países em outras regiões. Esse é o momento de ficarmos juntos e não deixar ninguém para trás”, disse.