Motivo é a relação dela com Marconny Albernaz
O motivo é a relação dela com o advogado Marconny Albernaz Faria, investigado sob suspeita de ter atuado como lobista da Precisa Medicamentos, empresa que fechou contrato bilionário com o Ministério da Saúde para vender vacinas. A convocação da ex-mulher de Bolsonaro é mais um sinal da falta de articulação do governo no Senado. Minoria na CPI e com relação conturbada com o presidente da Casa, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), o Palácio do Planalto tem sofrido sucessivas derrotas.
Ontem, teve uma medida provisória que dificultava a remoção de conteúdo das redes sociais devolvida, iniciativa considerada incomum. Segundo o senador Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Faria demandou a ex-mulher de Bolsonaro por duas vezes em questões relacionadas ao governo.
Em uma delas, afirmou o parlamentar, o advogado pediu uma “atenção especial” para um caso de investigação de corrupção e, na outra, solicitou interferência para um cargo público. Ana Cristina é mãe de Jair Renan, o quarto filho do presidente, com quem Faria também admitiu ter relação de amizade. Ana Cristina e Jair Renan moram hoje em Brasília. Em uma segunda oportunidade, o advogado recorreu à ex-mulher de Bolsonaro para influenciar a nomeação ao cargo de chefe da Defensoria Pública da União (DPU).
O candidato apoiado por Faria era o defensor público Leonardo Cardoso. “O detalhamento vai ao nível de escolher se o pedido vai por e-mail, vai por mensagem, que é mais pessoal. Vai ao detalhe de tentar atacar os adversários na corrida pela nomeação, dizendo que são de esquerda” relatou Alessandro Vieira. Questionado por Vieira se conhecia Cardoso, o advogado disse, primeiro, que não. Depois voltou atrás. “Estive com ele uma vez”, afirmou Faria. (Agência Estado)