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Defesa de Silveira pede ao STF para anular exigência de tornozeleira e desbloquear dinheiro do deputado

Daniel Silveira foi condenado a oito anos e nove meses de prisão. Um dia depois, presidente Jair Bolsonaro concedeu perdão da pena. Por isso, advogados querem também extinguir a punição.

Por Fernanda Vivas e Márcio Falcão, TV Globo — Brasília

A defesa do deputado Daniel Silveira (PTB-RJ) recorreu ao Supremo Tribunal Federal a fim de tentar derrubar as restrições impostas ao parlamentar, entre as quais o uso da tornozeleira eletrônica e o bloqueio de recursos para pagamento de multas.

Os advogados de Silveira também querem que seja reconhecida a chamada extinção da punibilidade do deputado, em razão do perdão de pena concedido pelo presidente Jair Bolsonaro.

Daniel Silveira recusa intimação do STF para colocar tornozeleira eletrônica
Daniel Silveira recusa intimação do STF para colocar tornozeleira eletrônica

No último dia 20, Silveira foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal a oito anos e nove meses de prisão e multa por estímulo a atos antidemocráticos, ameaças a ministros do tribunal e ataques a instituições, como o próprio STF.

No dia seguinte, o presidente Jair Bolsonaro concedeu perdão de pena ao parlamentar. A medida foi contestada na Corte, em um conjunto de ações sob a relatoria da ministra Rosa Weber.

No texto, o presidente não estabeleceu condições para que Silveira tenha direito ao benefício. Na prática, a chamada “graça” concedida ao deputado impede a aplicação da pena de prisão e o pagamento de multa, mas os efeitos secundários da condenação permanecem — a inelegibilidade e a perda do mandato.

A defesa pediu que o STF reconheça que as medidas cautelares e as multas são ineficazes diante do perdão da pena concedido pelo presidente.

Os advogados reivindicaram ainda o reconhecimento de que Silveira não poderia mais ser punido.

Outro argumento é que a multa pelo descumprimento do monitoramento eletrônico não tem validade porque, segundo a defesa foi fixada pelo ministro Alexandre de Moraes sem requisição do Ministério Público Federal.

Em relação à multa diária de R$ 15 mil, a defesa sustenta que o valor é abusivo e que o valor total já definido supera 16 meses de salário do deputado.

Segundo os advogados, mesmo que a multa pelo descumprimento de cautelares tenha sido aplicada antes da condenação, a restrição teria, na interpretação deles, de ser aprovada pela Câmara para ter validade, uma vez que interfere no exercício do mandato.