Jornal do Peninha

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Delação de Palocci é assunto mais comentado do Twitter

Ex-ministro falou sobre propinas para o PT
Com mais de 42 mil tweets sobre o assunto até as 16h, a delação do ex-ministro  Antonio Palocci  foi o assunto mais comentado no Twitter na tarde desta terça-feira (3/9) com a hashtag #ShowDoPalocci. 

Palocci relata em 23 capítulos pagamentos de propina e negócios ilícitos com as maiores empreiteiras do país, bancos, empresa de seguros, rede de supermercados, mineradora, empresas do setor alimentício. Os beneficiários da propina, segundo o ex-ministro, foram partidos políticos, sobretudo o PT, que expulsou Palocci quando ele negociou delação.
Entenda abaixo os principais pontos relatados por Palocci aos policiais federais da Lava Jato:
PT (capítulo 1) – Palocci dá um panorama geral da organização criminosa que seria integrada pela cúpula do PT (Partido dos Trabalhadores) para cobrar propina de empresas em troca de facilidades com o poder público. 
Belo Monte (capítulo 2) – Diz que houve sustentação política para favorecer o consórcio empresarial formado para as obras da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. Houve, segundo ele, pagamento de vantagens indevidas a integrantes do PT, do PMDB e ao ex-ministro da Fazenda Delfim Netto. 
Galeão (capítulo 3) – Afirma que a Odebrecht pagou propina em troca da concessão das obras do aeroporto do Galeão. 
Governo líbio (capítulo 4) – Palocci diz que houve pagamento de cerca de R$ 3,5 milhões, por parte do governo da Líbia (Muammar Kadafi), à campanha presidencial de Lula, em 2002. 
Ambev (capítulo 5) – O ex-ministro diz que ele, Lula e Dilma receberam da empresa Ambev pagamento de vantagem indevida em troca de “obstar a majoração tributária (PIS/Cofins) sobre bebidas alcoólicas”. 
Camargo Corrêa (capítulo 6) – Cita pagamento indevido de R$ 50 milhões do grupo Camargo Corrêa às campanhas do PT, em 2010, com objetivo de obter auxílio do governo na anulação da Operação Castelo de Areia junto ao STJ. A operação foi anulada pelo tribunal por ter sido iniciada por um denunciante que permaneceu anônimo durante o processo. 
Interesses do Grupo Casino (capítulo 7) – O ex-ministro diz que, em defesa do interesse do grupo Casino, o Banco Safra repassou vantagem indevida ao PT para evitar a concessão de empréstimo do BNDES ao processo de fusão do Grupo Pão de Açúcar e Carrefour. Segundo Palocci, o banco deu R$ 2 milhões à campanha à Prefeitura de São Paulo de Fernando Haddad, em 2012, além de R$ 10 milhões à campanha de Dilma Rousseff, em 2014, somados a “diversos repasses ao Instituto Lula”. 
Conta-corrente da propina (capítulo  – Palocci confirma o que havia sido dito na delação da Odebrecht, que havia uma conta-corrente de propina entre a empreiteira e o próprio colaborador. 
Safra e Votorantim (capítulo 9) – Cita repasse de vantagem indevida de modo dissimulado, via contas eleitorais do PT, nos pleitos de 2010 e 2014, pelos Grupos Safra e Votorantim e empresa Aracruz para viabilizar a venda da participação de Joseph Safra na empresa Aracruz ao grupo Votorantim 
BTG (capítulo 10) – Palocci fala em repasses indevidos pelo Banco BTG Pactual para campanhas presidenciais petistas. Cita R$ 4 milhões sob roupagem de doação eleitoral à campanha de 2006 de Lula, pela suposta atuação do governo na resolução de procedimento disciplinar contra André Esteves, R$ 2 milhões em 2010 à campanha de Dilma Rousseff, em troca da atuação da base governista em prol do banco, e R$ 9,5 milhões em 2014, em troca de informação financeira privilegiada. Relata a criação de um fundo de investimento para gerir os recursos repassados ao PT e repasses indevidos de valores ao grupo liderado pelo deputado federal Eduardo Cunha para que políticos atuassem em favor da compra, pelo BTG Pacutal, da empresa Amil. 
Refis da crise (capítulo 11) – Palocci fala que houve repasses ilegais às campanhas do PT, em 2010, em troca da promulgação da MP 470, o chamado Refis da crise. Segundo o ex-ministro, foram repassados R$ 50 milhões pela Odebrecht, R$ 14 milhões, via caixa dois, por Benjamin Steinbruch, e pagamento de contas partidárias por Rubens Ometto. 
Caixa dois na campanha de 2010 (capítulo 12) – Palocci indica doações extraoficiais para campanhas petistas de 2010. Por exemplo, R$ 2 milhões pela Camargo Corrêa para Fernando Pimentel, R$ 800 mil pela OAS para Gleisi Hoffmann, R$ 500 mil pela Odebrecht para João Paulo Lima e Silva, R$ 1,5 milhão via caixa dois pela Odebrecht a Tião Viana e R$ 3,2 milhões a Lindbergh Farias. 
Parmalat – (capítulo 13) – Fala sobre a liberação de crédito pelo Banco do Brasil ao Grupo Parmalat, no ano de 2008, em troca do pagamento de R$ 100 mil ao próprio Palocci, via contrato fictício celebrado com sua empresa de consultoria Projeto. 
Itaú-Unibanco (capítulo 14) – Palocci diz que houve repasse de R$ 4 milhões à campanha de Dilma Rousseff em troca de atuação da base do partido no Congresso em favor do Itaú-Unibanco. 
Repasses do Bradesco ao PT (capítulo 15) – Palocci diz que o Bradesco fez repasses ao PT em contrapartida ao apoio do governo na defesa dos interesses do banco, em especial no âmbito do Conselho de Administração da Vale do Rio Doce. Citou que, em 2002, o Bradesco doou R$ 500 mil e a Vale, R$ 160 mil. Em 2006, R$ 3,5 milhões e R$ 7,6 milhões, respectivamente. Em 2010, R$ 9,1 milhões e R$ 10 milhões. Em 2014, R$ 14 milhões e R$ 8 milhões. Palocci diz também que houve repasse, em 2010, à campanha de Dilma Rousseff em troca de informações privilegiadas ao Bradesco, obtidas pelo próprio ex-ministro junto ao Banco Central. 
Repasses de Joesley ao PT (capítulo 16) – O delator aponta pagamento de vantagem indevida de Joesley Batista ao PT para garantir sua escolha como parceira da Brasil Seguros. Valores, segundo ele, foram repassados no exterior em conta aberta por Joesley Batista para alocar recursos partidários. 
Empresários fazem repasses ao PT por financiamento do BNDES (capítulo 17) – Trata da atuação de Luciano Coutinho, então presidente do BNDES, na solicitação de pagamentos indevidos por parte de empresários com financiamento junto ao banco. O delator fala sobre aportes às campanhas eleitorais do PT em 2010 e 2014. 
Fusão Sadia-Perdigão (capítulo 18) – Repasse de R$ 3,6 milhões ao PT, em 2010, por meio de doação oficial, em troca de atuação do governo no processo de fusão da Sadia-Perdigão junto ao Cade. 
MP dos Portos (capítulo 19) – Trata da atuação do governo na aprovação na MP 592/2012 (MP dos Portos), convertida na lei 12.815/2013. 
Construção de submarinos (capítulo 20) – Diz que a Odebrecht fez repasses de R$ 50 milhões ao PT em prol de projeto de construção de submarinos Prosub. 
Negócios da Odebrecht em Angola (capítulo 21) – Cita pagamento de R$ 64 milhões pela Odebrecht ao PT em contrapartida pelo auxílio político concedido ao grupo baiano pela linha de crédito junto ao BNDES para atuação da empresa nos empreendimentos existentes em Angola. 
Qualicorp paga ao Instituto Lula (capítulo 22) – O ex-ministro aponta repasses pela Qualicorp ao PT, ao Instituto Lula e à empresa Touchdown, de um dos filhos de Lula, em troca de benefícios concedidos pelo governo no âmbito da ANS. 
RBS paga propina a conselheiros do Carf (capítulo 23) – Narra pagamento de vantagens a conselheiros do Carf para obstar processo administrativo fiscal em desfavor da RBS.