Vídeo registra quando a mulher é baleada. Segundo a Polícia Civil, confusão aconteceu porque o soldado se recusou a pagar a conta.
G1 GO
Um habeas corpus concedido pelo desembargador Edson Miguel da Silva Júnior soltou o soldado da Polícia Militar Danilo Morais Marçal Araújo, autuado em flagrante por atirar no braço de uma funcionária de motel, em Goiânia. Uma câmera de segurança registrou quando a mulher foi baleada (veja vídeo abaixo). Segundo a Polícia Civil, a confusão aconteceu porque o soldado se recusou a pagar a conta.
O G1 tentou contato com a defesa de Danilo Morais via ligação e mensagem, mas não recebeu retorno até a publicação desta reportagem.
A decisão do desembargador, tomada na terça-feira (26), vem acompanhada de afastamento do trabalho policial ostensivo e recomendação para serviço interno. Assim, ele deve continuar trabalhando em alguma dependência da Polícia Militar de Goiás.
A confusão aconteceu no último dia 18. No dia seguinte, o militar passou por audiência de custódia, quando o juiz Jesseir Coelho de Alcântara determinou a conversão da prisão em flagrante para preventiva.
Funcionária baleada por PM em motel achou que perderia a vida, em Goiânia
No habeas corpus, a defesa do soldado alegou carência de fundamentação idônea e condições pessoais favoráveis. Por sua vez, o Ministério Público de Goiás se manifestou no processo contrário à soltura do policial.
O desembargador entendeu na análise da prisão preventiva que “a necessidade da prisão para a garantia da ordem pública” não configura fundamento idôneo, que o militar “tem bons antecedentes” e que o tiro no braço da recepcionista “não destoa do modus operandi daquele próprio do tipo penal”.
Tiros
Após ficar 22 minutos em um quarto de motel, em Goiânia, o soldado reclamou do preço integral cobrado pela administração. Durante uma discussão, segundo a Polícia Civil, a recepcionista chamou o dono do estabelecimento, que concedeu desconto de 50%.
A gravação do circuito de segurança do motel mostra que o proprietário do motel entra armado na cabine, onde estão as duas atendentes, e se encosta na parede que fica ao lado da porta. Discretamente, ele dá um tiro para baixo e, em seguida, aparecem dois clarões, que seriam os disparos feitos pelo PM.
Por causa desses tiros, as mulheres que estavam no local correm para o outro lado. Uma funcionária foi baleada.
Na época, o advogado que representa o PM, Luhan Oliveira Rocha disse que o cliente agiu em legítima defesa. “Diante daquela situação, seria impossível o policial prever se o dono atirou no chão, para cima. Ele só quis se defender”, disse.