Ministro afirmou que vacinação em massa foi ‘determinação expressa’ do presidente Jair Bolsonaro, mas não detalhou em qual momento a velocidade da imunização aumentará
Fonte: Rádio Jovem Pan
Empossado nessa terça-feira, 23, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, fez uma entrevista coletiva nesta quarta-feira, 24, para detalhar planos da pasta para o controle da pandemia no Brasil nos próximos meses. Com discurso baseado na importância da vacinação, ele prometeu que o país, que hoje tem uma média de 300 mil doses aplicadas por dia, vai ampliar o número de imunizados em breve. “O ministro da Saúde e o Governo assumem o compromisso de em curto prazo aumentar em pelo menos em 3 vezes essa velocidade de vacinação para um milhão de vacinas todos os dias. É uma meta que é plausível”, afirmou. O médico disse que o país tem condições de ampliar ainda mais o número diário de vacinados, mas não quis se comprometer com um número acima de um milhão no momento porque negociações com farmacêuticas ainda são feitas. Queiroga confirmou que decidiu fazer a posse da terça-feira sem solenidades em respeito à crise sanitária causada pela pandemia do novo coronavírus. “É uma grande responsabilidade assumir a gestão do Ministério da Saúde em qualquer circunstância, especialmente em um momento como esse”, afirmou. Segundo Queiroga, Jair Bolsonaro entendeu que este era o momento de ter um médico no comando da pasta e deu a “determinação expressa” para que o número de vacinados fosse ampliado.
Cardiologista formado pela Universidade Federal da Paraíba (UFPB), Queiroga foi empossado em cerimônia discreta, sem presença da imprensa ou de convidados nesta terça-feira, 23. Poucas horas depois, a mudança de cargo foi oficializada em edição extra do Diário Oficial da União. Em primeira fala coletiva dada um dia após ser anunciado para o cargo, o médico reforçou a necessidade de união do governo com os estados e os municípios para combater a doença que matou quase 300 mil brasileiros até o momento. Nesta quarta, além de pregar união entre os poderes, ele reforçou a necessidade de ouvir as comunidades científicas e os conselhos de saúde do país.
Tratamento precoce
Questionado sobre a possibilidade de mudanças na indicação de “tratamento precoce” com medicamentos sem comprovação científica contra a doença, ele afirmou que, no conhecimento dele, não há medicação indicada pela pasta para tratar a Covid-19, já que até o momento a doença não tem tratamento específico para bloquear a replicação viral. “Vários estudos têm sido realizados, estudos com metodologia científica própria, que ainda não mostraram eficácia segundo a própria Agência Nacional de Vigilância Sanitária atesta”, pontuou. O ministro lembrou que o conhecimento científico é construído ao longo do tempo e exemplificou medidas de “A ciência evoluiu e nós sabemos que precisamos atender esses pacientes precocemente. Compete ao médico, dentro de uma ambiência onde não existe uma evidência científica forte, com a sua autonomia, ter autonomia para prescrever os medicamentos”, disse. O ministro anunciou a criação de um núcleo técnico para determinar quais cuidados devem ser tomados em relação à doença, como o momento no qual um paciente precisa ser internado ou precisa de uma reposição de oxigênio.