Suspeito foi encontrado em Goiás
AR
Ao dar detalhes sobre o recrutamento de brasileiros para a prática de atos terroristas, o sexto alvo da Operação Trapiche, suspeito encontrado em Goiás, falou, prestou depoimento a Polícia Federal (PF), contou detalhes sobre a viagem ao Líbano, em fevereiro, e disse que a recompensa pelo trabalho poderia chegar a R$ 700 mil. A informação foi apurada e divulgada pelo Jornal Nacional na noite deste sábado (11/11). A identidade do investigado não foi revelada.
A produção do telejornal teve acesso em primeira mão ao depoimento do suspeito e veiculou, na última edição, uma matéria na qual afirma que o homem chegou no Líbano, em Beirute, pegou um táxi e foi para o hotel. De lá foi levado, por um grupo fortemente armado, a um prédio para se encontrar com o chefe da organização. “No encontro, ele foi questionado se tinha capacidade para matar pessoas; o trabalho proposto era matar desafetos da organização”, traz a reportagem.
Ainda segundo apuração da TV Globo, o suspeito falou sobre valores e revelou que poderia receber inicialmente US$ 200 mil e mais um prêmio de US$ 500 mil. A informação é de que o grupo disse que ele teria perfil de criar estrutura, recrutar pessoas, e organizar tudo. Outras pessoas, no entanto, matariam os alvos.
Os investigadores mostraram para o interrogado o símbolo do Hezbollah e ele afirmou que alguns indivíduos com os quais teve contato no Líbano tinham a insígnia em suas roupas. Ainda no Líbano, o homem, que já havia sido preso três vezes no Brasil e responde a dois processos por receptação, entendeu que se tratava da organização terrorista Hezbollah.
Chamou a atenção dos investigadores que o roteiro da viagem narrado no depoimento é semelhante ao relato feito por outro interrogado na última quarta (8/11). Os dois suspeitos também receberam o mesmo valor para voltar ao Brasil: US$ 5 mil. A Polícia Federal trabalha agora para saber se o dinheiro é um pagamento inicial pelo recrutamento e como os suspeitos foram escolhidos pelo grupo criminoso.
Os depoimentos fazem parte de uma investigação que apura a cooptação de brasileiros para a prática de atos terroristas. Desde quarta, a PF cumpriu 12 mandados de busca e apreensão em Minas, São Paulo, Goiás e no Distrito Federal. Duas pessoas estão presas e duas estão foragidas.