Lucas Vieira, que luta taekwondo, embarcou para os EUA na terça-feira (3). Rikelmy OIiveira faleceu neste sábado (7) em decorrência dos chutes ao tentar separar briga depois de uma festa de carnaval, em Goiânia.
Extremamente abalada com a morte de do DJ Rikelmy Oliveira Lemos, de 19 anos, a família pede que seja feita justiça. Cássia Cardoso de Souza, tia de Rikelmy, quer que o suposto lutador profissional de taekwondo Lucas Vieira, de 24 anos, seja extraditado dos Estados Unidos para o Brasil. Ele é suspeito de ter agredido o DJ após uma festa de carnaval em Goiânia no dia 24 de fevereiro. Desde então, Rikelmy estava internado em coma na UTI do Hospital de Urgências de Goiânia (Hugo), e morreu neste sábado (7).
“Ele vai responder por homicídio. Gostaria muito que a Justiça fizesse valer, infelizmente aqui no Brasil a gente fica à mercê. [Gostaria] que ele fosse deportado para cá, então eu gostaria muito que fosse feita a justiça”, disse a tia.
O suspeito embarcou para os Estados Unidos na última terça-feira (3). Imagens das câmeras de segurança do Aeroporto Santa Genoveva, em Goiânia, flagraram Lucas Vieira embarcando com destino ao país americano. Para Cássia, a extradição e o possível julgamento do suspeito no Brasil representariam um senso de justiça.
Dj Rikelmy Oliveira Lemos — Foto: Reprodução/Facebook
Investigação
De acordo com o delegado Leandro Pinheiro, responsável pela investigação, o pedido de prisão foi feito no início da semana, mas ainda não houve a expedição. Segundo ele, o suspeito chegou a fazer ameaças veladas a algumas testemunhas.
“Ele havia ligado para algumas testemunhas querendo informações sobre o fato e insinuando algumas situações, o que acabou fazendo com que nos adiantássemos e representássemos pela prisão dele”.
Segundo Pinheiro, o suspeito passará a responder por homicídio qualificado – antes da morte do DJ ele responderia por tentativa de homicídio. Com a ida do lutador de taekwondo para os EUA, o delegado explica que há duas possibilidades a partir de agora.
“Ou ele retorna ao país espontaneamente ou se torna foragido. Aí vamos atrás da extradição dele através da Polícia Federal e da Interpol”.
Para Pinheiro, a viagem do suspeito não foi ilegal, já que não havia mandado de prisão contra ele, mas um “desrespeito”.
“Foi um desrespeito à sociedade, à família, ele sair do país no momento de um ato desse que ele tinha praticado e que foi amplamente divulgado nas imagens”, concluiu.
Lucas Vieira, suspeito de agredir o Dj Rikelmy Lemos com chute no rosto, em Goiânia — Foto: Reprodução/TV Anhanguera
Familiares lamentam morte
Rikelmy Oliveira teve a morte confirmada neste sábado (7), após 12 dias internados na UTI. Por meio de nota, o Hugo confirmou que Rikelmy morreu durante a madrugada por uma complicação no quadro clínico.
Familiares e amigos postaram fotos e mensagens nas redes sociais lamentando a morte do DJ. A página oficial de Rikelmy, conhecido no meio artístico como Rike Riss, divulgou:
“Infelizmente Deus quis assim, mas pode ter certeza que em nossas mentes e corações você ainda vai estar presente, com aquela alegria e humildade que sempre mostrava, um amigo, parceiro de verdade”.
Publicação divulgada por familiares e amigos do DJ Rikelmy Oliveira — Foto: Reprodução/Instagram
Imagens mostram agressão
Após o fim do evento, aconteceu uma briga entre várias pessoas em uma viela da Rua 1.133, no Setor Marista, na capital. Durante a confusão, Rikelmy caminhava entre os foliões quando foi surpreendido com um chute no rosto. Um vídeo mostra o DJ caindo desacordado no chão.
Imagens de câmeras de segurança, que estão com o delegado Leandro Pinheiro, titular da investigação, mostram o tumulto envolvendo várias pessoas no meio da rua. Quando a situação parece estar controlada, um homem acerta um chute no rosto de Rikelmy. Em seguida, é possível ver que o agressor sai rapidamente do local e não aparece mais em nenhuma gravação.
O lutador profissional de taekwondo Lucas Vieira, de 24 anos, suspeito da agressão prestou depoimento à polícia no dia 29 de fevereiro. Segundo o delegado, o jovem confirmou que deu vários chutes durante a confusão, mas que não se lembra de agredir o DJ.
O delegado descartou a versão de legítima defesa apresentada pelo lutador em depoimento.
“Pelas imagens, fica descartada qualquer possibilidade de legítima defesa. A briga havia cessado e o chute foi praticado em momento que a vítima sequer esperava. Ela não percebeu que ia ser agredida naquele momento. O fato dele ser lutador aumenta demasiadamente a responsabilidade dele. Ele devia ter noção do poder de um chute de um lutador de taekwondo, inclusive com risco de vida dessa pessoa”, explicou.