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FMI elogia política monetária do Brasil e diz que agenda de crescimento do país é “ambiciosa”

Fundo avalia que o cenário doméstico evoluiu positivamente e incentivou o governo a continuar com o “esforço fiscal” e controle da inflação

Fonte: CNN

O Fundo Monetário Internacional (FMI) elogiou, nesta segunda-feira (31), a condução da política monetária brasileira. Em relatório, a instituição classificou como “ambiciosa” a agenda de crescimento inclusivo e sustentável proposta pelo governo do país.

O documento, elaborado pelo conselho executivo do FMI, destacou que a inflação do Brasil continua em uma “forte trajetória de queda”. “A inflação nominal deve atingir 5,4% até o final de 2023 e convergir para a meta em meados de 2025, enquanto a inflação básica deve cair mais gradualmente”, diz o relatório.

O Fundo avalia que o cenário doméstico evoluiu positivamente e incentivou o governo a continuar com o “esforço fiscal” e controle da inflação.

Por outro lado, o FMI avalia que o Brasil ainda enfrentará desafios econômicos de curto e longo prazo para cumprir a agenda econômica proposta pelo governo.

No documento, a instituição cita como exemplo o baixo crescimento potencial, a inflação, o endividamento das famílias e a falta de espaço fiscal para gastos prioritários, além de riscos associados a mudanças climáticas. O FMI citou positivamente o andamento da reforma tributária, do marco fiscal e do programa “Desenrola”.

“As autoridades observaram que o aumento da dívida das famílias não representa um risco para a estabilidade financeira, mas requer atenção política dada
a elevada percentagem de famílias afetadas. A expectativa que o programa ‘Desenrola’ contribua para reduzir a inadimplência do crédito, principalmente entre os pobres”, diz o documento.

 

O Fundo prevê crescimento de 2,1% em 2023 e 1,2% em 2024. Por sua vez, o governo brasileiro considera as projeções conservadoras, já que estão abaixo da expectativa do mercado.

O relatório também destaca os mecanismos de resiliência da economia brasileira frente a possíveis “choques externos”, como um sistema financeiro saudável, boas reservas internacionais, baixa dívida externa, e um robusto “colchão” de liquidez do setor público.

“A esmagadora base de investidores domésticos, a baixa dívida externa e as grandes reservas de caixa do setor público (em 10% do PIB) atenuam os riscos e abrem espaço para uma consolidação gradual no médio prazo”, diz o relatório.

O diretor brasileiro no FMI, Afonso Bevilaqua, agradeceu o trabalho do corpo técnico do Fundo e ressaltou que o crescimento potencial deve continuar subindo, em consequência das reformas que, segundo ele, aumentarão a produtividade da economia.