Jornal do Peninha

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Goiás registra quase 15 mil ataques de escorpiões em cinco anos

Dados foram divulgados pela SES-GO

Goiânia – Animais da família dos aracnídeos, os escorpiões foram responsáveis por mais da metade dos acidentes causados por espécies venenosas entre 2013 e 2018, em Goiás. Segundo boletim informativo divulgado pela Secretaria de Estado da Saúde (SES-GO) divulgado neste mês de novembro, foram registrados 14.545 ataques escorpiônicos no período, com a notificação de cinco mortes de crianças durante os cinco anos citados no levantamento.

De acordo com a publicação, os acidentes com escorpiões “têm potencial de gravidade significativo em crianças menores de 12 anos e idosos”. Cerca de 66% dos ataques foram registrados na zona urbana de cidades goianas. Isto porque a espécie costuma buscar também locais úmidos e escuros, onde encontram com mais facilidade insetos que podem servir de alimento.

“As precárias condições de saneamento, higiene, e a facilidade com que estes animais encontram alimento, abrigo na área urbana, favorece sua adaptação e proliferação, constituindo importante problema de saúde pública em todo País”, descreve o boletim informativo da SES-GO.

Entre os cinco anos analisados em Goiás, 2018 foi o que mais teve ataques escorpiônicos: 4.230 notificações. Foram quase 1,2 mil casos a mais do que os registrados em 2017 (3.066). No Brasil, apenas em 2018, houve cerca de 141,1 mil acidentes escorpiônicos notificados.

Os escorpiões encontrados em Goiás
Em Goiás, o escorpião amarelo – conhecido como Tityus Serrulatus – possui ampla distribuição em todo o Estado, de acordo com o boletim da SES-GO. “E representa a espécie de maior preocupação em função da gravidade do envenenamento de crianças e idosos”, diz a pasta estadual.

Esta família de escorpiões pode se reproduzir sem participação de um animal macho – método chamado de partenogênese – e se adapta facilmente a ambientes urbanos, o que facilita a sua distribuição geográfica pelo Estado.

O escorpião marrom também pertence a outra família encontrada com certa facilidade no Estado de Goiás. Chamados de Tityus Bahiensis, a espécie, no entanto, não causa acidentes com sintomas muito graves.

Sintomas
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde, existem sintomas característicos de acidentes escorpiônicos. São eles: dor local; parestesia local; vermelhidão na pele; edema local leve; e sudorese discreta no local da picada.

Além disso, há também alguns sinais de gravidade do caso: sudorese generalizada; salivação intensa; agitação ou prostração; sonolência; náuseas intensas; vômitos incoercíveis; taquicardia ou bradicardia/arritmias; dispnéia/edema agudo de pulmão.

Prevenção de acidentes
A pasta ainda alerta para algumas formas de prevenção de acidentes. Ao todo, são dez dicas do que fazer para escapar dos ataques escorpiônicos:

– Manter jardins e quintais limpos, evitando o acúmulo de entulhos, folhas secas, lixo doméstico e materiais de construção nas proximidades das casas;

– Manter a grama aparada e evitar folhagens densas junto a paredes e muros das casas;

– Sacudir sapatos e roupas antes de usá-los;

– Afastar as camas e berços das paredes, evitar que roupas de cama e mosquiteiros encostem no chão;

– Não colocar as mãos desprotegidas em buracos, sob pedras e troncos de árvores;

– Usar botas de cano longo e luvas de raspas de couro ao realizar atividades rurais ou de jardinagem;

– Vedar as soleiras das portas e janelas quando começar a escurecer. Usar telas em ralos do chão, pias ou tanques;

– Combater a proliferação de insetos, armazenando lixo doméstico sempre em sacos amarrados;

– Vedar frestas e buracos em paredes, assoalhos e vãos entre o forro e paredes;

– Preservar os inimigos naturais dos escorpiões e aranhas: aves da hábitos noturnos, lagartos, sapos, lagartixas e outros.