Jornal do Peninha

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Jayme Rincón: “Fomos vítimas da maior armação política da história de Goiás”

STF reconheceu incompetência do juízo 

Em tom de desabafo, o ex-presidente da Agência Goiana de Transportes e Obras (Agetop), Jayme Rincón, afirmou, em coletiva de imprensa realizada nesta terça-feira (3/5), em Goiânia, ter sido “vítima da maior armação política da história de Goiás”. O político se referiu à Operação Cash Delivery, que apurou em 2018 supostos crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa, envolvendo Rincón e o ex-governador Marconi Perillo (PSDB).

Segundo os advogados presentes, Cristiano Zanin, que também advoga para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), e Romero Ferraz Filho, a Justiça Federal de Goiás não tinha competência para analisar o caso do ex-presidente da Agetop, que deveria ter sido delegado, segundo os advogados, à Justiça Eleitoral.

O Supremo Tribunal Federal acolheu parcialmente um pedido de habeas corpus impetrado pela defesa de Rincón e anulou a decisão proferida no âmbito da Justiça Federal. Agora, o processo será remetido à primeira instância, no Tribunal Regional Eleitoral de Goiás (TRE-GO). “O ministro Gilmar Mendes reconheceu a manipulação da competência, temos também o linchamento público dos acusados e temos o chamado trial by media, quando acusação e investigação são feitas no âmbito midiático, além de delações sob encomenda”, disse Zanin.
Para a defesa de Rincón, a atuação do Ministério Público neste caso se assemelha ao modus operandi adotado durante a Operação Lava Jato, de Curitiba, que foi responsável pela prisão do ex-presidente Lula e depois culminou na soltura do petista após o STF entender que houve incompetência do juízo. Cristiano Zanin inclusive definiu a Operação Cash Delivery como “Lava Jato do Cerrado”. De acordo com Jayme Rincón, os procuradores envolvidos em sua acusação serão processados.