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Laudo aponta baixa oxigenação da água como causa da morte de centenas de peixes, em Piracanjuba

Moradores se assustaram com a quantidade de animais que apareceram mortos na segunda-feira (28), no Rio Meia Ponte. Secretaria de Meio Ambiente e Dema investigam as causas do ocorrido.

Por Danielle Oliveira, G1 GO

A morte de centenas de peixes no Rio Meia Ponte, na comunidade de Rochedo, localizada em Piracanjuba, na região sul de Goiás, é investigada pela Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad). Segundo laudos iniciais divulgados nesta terça-feira (29), o que causou a morte dos animais foi uma queda abrupta de oxigênio na água, mas o que motivou o problema segue sendo apurado.

O laudo aponta que o nível de oxigênio dissolvido encontrado na água do rio foi de 3,25 mg/l. O ideal, segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama), em rios como o Meia Ponte, é de 5,0 mg/l.

Na manhã de segunda-feira (28), moradores da comunidade ficaram assustados com a quantidade de peixes que apareceram mortos. Eles gravaram vídeos mostrando os animais boiando na água do rio. Anida de acordo com os ribeirinhos, devido à quantidade de animais, o mau cheio está insuportável.

No mesmo dia, a Semad, em conjunto com a Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema), enviou técnicos para realizar estudo da água e identificar o que causou a mortandade.

Laudo aponta baixa oxigenação da água como causa da morte de centenas de peixes no Rio Meia Ponte, em Piracanjuba — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Laudo aponta baixa oxigenação da água como causa da morte de centenas de peixes no Rio Meia Ponte, em Piracanjuba — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Segundo a secretária de Meio Ambiente, Andréa Vulcanis, a chuva que ocorreu em Goiânia na última quarta-feira (23) pode ter contribuído para o problema. No entanto, ainda faltam outros laudos a serem concluídos.

“Durante o período de estiagem, as redes de águas pluviais por onde correm as chuvas normalmente ficam secas e não tem fluxo hídrico e ali são aportados muitos resíduos e muitas toxinas e, nas primeiras chuvas, tudo aquilo é, de uma vez, carreada para o rio e depois logo abaixo para o reservatório”, explicou a secretária.

No entanto, a secretária afirma que este laudo apresentado nesta terça-feira é inicial e que outras análises ainda estão sendo feitas. Outras possibilidades são levantadas por Andréa, como a de ter havido algum lançamento fora da normalidade da estação de tratamento de esgoto.

Moradores denunciam aparecimento de 'toneladas' de peixes mortos no Rio Meia Ponte em comunidade de Piracanjuba — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

Moradores denunciam aparecimento de ‘toneladas’ de peixes mortos no Rio Meia Ponte em comunidade de Piracanjuba — Foto: Reprodução/TV Anhanguera

“Tem a possibilidade também de ser algum esgoto doméstico que não está na rede integrada, ou às vezes é um lançamento irregular, que ao invés de lançar na estação da rede de esgoto, foi lançado na rede de águas pluviais, então, aquilo vai se acumulando dentro da rede e quando vem as primeira chuvas, aquilo é levado de uma vez, portanto, aumenta a disponibilidade de carga orgânica”, disse.

Ainda de acordo com a secretária, as investigações das outras análises que estão sendo feitas podem levar até oito dias para serem concluídas.

“Os primeiros laudos começaram a ficar pronto hoje, mas isso depende muito da complexidade da análise. Análises mais complexas, como metais pesados, o laboratório exige um tempo adicional para poder fazer os resultados”, afirma.