Procuradores divulgaram nota nesta quinta-feira (8), um dia depois de o presidente ter afirmado que ‘acabou’ com a operação porque, no governo atual, não há corrupção a ser investigada. Força-tarefa diz enfrentar ‘forças poderosas em sentido contrário’.
Fonte: G1 Brasil
Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro ter dito que acabou com a Lava Jato porque o governo não tem mais corrupção, integrantes da força-tarefa da operação no Paraná afirmaram ontem, que o pronunciamento indica desconhecimento sobre a atualidade dos trabalhos e a necessidade de sua continuidade.
Em manifestação por meio de nota enviada pelo Ministério Público Federal, os procuradores da República também disseram que a fala de Bolsonaro reforça a percepção sobre a ausência de efetivo comprometimento com o fortalecimento dos mecanismos de combate à corrupção. Citaram ainda que enfrentam forças poderosas em sentido contrário.
No pronunciamento de anteontem no Palácio do Planalto, o presidente havia afirmado: “É um orgulho, é uma satisfação que eu tenho, dizer a essa imprensa maravilhosa que eu não quero acabar com a Lava Jato. Eu acabei com a Lava Jato, porque não tem mais corrupção no governo. Eu sei que isso não é virtude, é obrigação”.
No mesmo dia do discurso, havia sido deflagrada a septuagésima sexta fase da Operação Lava Jato. A ação mirou um esquema que movimentou R$ 45 milhões em propina e investigou crimes de corrupção passiva, organização criminosa e de lavagem de dinheiro na área comercial da Petrobras.
Na nota enviada ontem, os procuradores da força-tarefa ressaltaram que a Lava Jato é uma ação conjunta de várias instituições no combate à corrupção endêmica. E que as últimas fases da operação demonstram como ela é essencialmente necessária.