Ministros do STF argumentam que paralisação é ilegal e Cabo Sabino aponta que protestos por melhores condições de trabalho irão continuar em Sobral
Ex-deputado federal e líder do movimento dos policiais amotinados em Sobral (CE), cabo Sabino afirmou ao R7 Planalto que irá continuar com a greve que reivindica melhores condições de trabalho mesmo após ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) argumentarem que a paralisação é inconstitucional.
“Não temos como não continuar com a paralisação por melhores condições de trabalho. Mesmo com o STF, vamos continuar em greve”, disse. “Até porque quem foi agressivo e agiu com desordem foi o senador licenciado e não nós.”
A proposta dada por Camilo Santana (PT) é de reajuste de 32% para coronel e 12%, sargento. “É muito aquém para a polícia. O governador tira gratificações e vantagens do policial para transformar em salário”, aponta.
A escalada da crise entre a categoria e o governo petista ocorreu na tarde de quarta-feira (19). Na ocasião, o senador licenciado Cid Gomes manobrou uma retroescavadeira em direção a agentes de segurança que bloqueavam a entrada do batalhão da Polícia Militar de Sobral. No momento em que ele avançava, tiros de arma de fogo foram disparados e atingiram Gomes. O parlamentar, contudo, passa bem e foi transferido nesta quinta para Fortaleza.
“Ainda bem que eu não estava lá. Caso contrário, ia dar voz de prisão ao senador por crime hediondo, quando ele usou a retroescavadeira para passar em cima de pessoas, de crianças, de familiares e de PMs”, afirma. “Se não estivesse um PM que tivesse feito a legítima defesa dos que estavam ali, hoje nós estaríamos enterrando corpos assassinados pelo senador licenciado.”
Uma comitiva de senadores irá para o Ceará a fim de abrir um canal de diálogo entre a categoria e o Governo do Estado. Além dos cearenses Tasso Jereissati (PSDB) e Eduardo Girão (Podemos), compõe o grupo Major Olímpio (PSL-SP) e Elmano Ferrer (Podemos-PI).