Itamaraty prevê discussões sobre mudanças climáticas e comércio no encontro, que reunirá 60 países. Presidente também vai participar de encontro de lideranças progressistas.
Por Pedro Henrique Gomes e Bianca Rothier – g1 e GloboNews
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegou neste domingo (16) a Bruxelas, capital da Bélgica. A partir desta segunda (17), Lula participa da cúpula que reúne países da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e da União Europeia.
O encontro entre os líderes dos blocos, que reúnem 60 países, vai até terça (18) – e Lula deve voltar a Brasília na manhã de quarta (19). A última reunião havia ocorrido em 2015, também na Bélgica.
Na segunda, de acordo com prévia divulgada pelo Palácio do Planalto, Lula participa de um fórum empresarial com representantes dos dois continentes pela manhã e da sessão de abertura da cúpula à tarde.
Segundo o Itamaraty, o governo brasileiro avalia que a cúpula pode dar “impulso” às relações bilaterais entre os países.
O Brasil havia deixado a Celac durante o governo de Jair Bolsonaro (PL). O retorno ao grupo ocorreu neste ano, após a posse de Lula.
A expectativa é que a cúpula discuta temas como:
- mudança do clima e transição justa e sustentável;
- transição digital inclusiva e justa;
- segurança cidadã e combate ao crime transnacional;
- comércio e desenvolvimento sustentável;
- e recuperação global pós-pandemia da Covid-19.
No comando do Mercosul, Lula foi convidado a participar da cúpula pelo primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, que preside o bloco europeu. Os dois têm discutido os detalhes finais de um acordo comercial entre os blocos.
Ao assumir o bloco sul-americano, no início do mês, o presidente chegou a sugerir que o Mercosul poderia “roubar a cena” da cúpula para negociar termos do acordo.
Parte já foi concluída em 2019. No entanto, neste ano, os europeus enviaram uma carta adicional ao Mercosul, que prevê sanções em questões ambientais — mobilização liderada pela França.
O teor do documento foi classificado por Lula como “ameaça”, e o governo brasileiro anunciou que trabalhava em uma resposta.
Segundo o blog da jornalista Julia Duailibi no g1, o Itamaraty finalizou nesta sexta (14) a contraproposta, que será encaminhada aos países do Mercosul.
Em razão da ausência de tempo hábil para as lideranças avaliarem o texto, o Ministério das Relações Exteriores julga que o tema não será abordado na cúpula, como havia previsto Lula.
Lideranças progressistas
Lula deve retornar ao Brasil após o término da cúpula, na terça (18). Além da reunião entre os blocos, a agenda na Bélgica contará com um encontro de líderes progressistas.
Segundo a secretária do Itamaraty para o continente europeu, Maria Luisa Escorel de Moraes, o convite partiu de Stefan Lofven, ex-primeiro-ministro da Suécia.
Ainda de acordo com a secretária, além de Lula, deverão participar do encontro chefes de Estado ou de governo dos seguintes países:
- Argentina;
- Chile;
- Colômbia;
- Portugal;
- República Dominicana;
- Alemanha;
- Dinamarca;
- e Espanha.
O presidente ainda participará de outros compromissos, entre os quais:
- plenária sobre “reforma da arquitetura financeira internacional”;
- fórum empresarial;
- e reuniões bilaterais com representantes da Bélgica, Áustria e Suécia.