Jornal do Peninha

Opinião e informação

Lula relança Mais Médicos com promessa de empregar profissionais brasileiros

“A nacionalidade do paciente que importa”, diz

Agência Estado

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) relançou nesta segunda-feira (20/3) o programa Mais Médicos, sob a promessa de empregar profissionais brasileiros nos editais. “Nós queremos que todos os médicos que se inscrevam sejam brasileiros”, afirmou.

Lula, contudo, ressalvou que médicos estrangeiros podem ser convocados, caso as vagas disponibilizadas não sejam preenchidas por brasileiros. “O que importa não é saber a nacionalidade do médico, o que importa é saber a nacionalidade o paciente”, disse o presidente.

Lula defendeu em seu discurso de relançamento do programa que “o Mais Médicos voltou porque a saúde não pode ser refém de teto de gastos, juros altos e política fiscal”. O presidente reiterou que os gastos com programas sociais precisam ser entendidos como investimentos e afirmou que “os cursos de economia precisam mudar” para definir corretamente as diferenças entre custo e investimento.

O governo vai abrir 15 mil novas vagas destinadas ao atendimento da população nas periferias dos centros urbanos e nos municípios do interior do País. O objetivo do Ministério da Saúde é preencher ainda no primeiro semestre 5 mil vagas com uso de recursos federais. As outras 10 mil vagas contarão com contrapartida dos municípios para custear os serviços dos profissionais. As bolsas do programa estão previstas no valor de R$ 12,8 mil e contam com auxílio moradia variável a depender a localidade.

O governo Lula estima que até o final deste ano 28 mil médicos estarão vinculados ao programa para atuar na atenção primária dos pacientes. O Ministério da Saúde afirma que a reestruturação do programa deve garantir atendimento a mais de 96 milhões de brasileiros.

A pasta também diz ter recursos em caixa para custear a medida. Além da reestruturação do programa, Lula assinou nesta segunda uma Medida Provisória que cria a “estratégia nacional de formação de especialistas em saúde”, cujo objetivo é garantir bolsas de especialização aos profissionais vinculados ao Mais Médicos.

A retomada e a ampliação do programa foi definida na última terça-feira, 14, na reunião ministerial organizada por Lula com titulares de pastas da área social. Na ocasião, o ministro-chefe da Casa Civil, Rui Costa (PT), afirmou que o novo Mais Médicos deve priorizar o emprego de médicos brasileiros em vez de focar na cooperação com profissionais estrangeiros, como ocorreu na parceria firmada pela ex-presidente Dilma Rousseff (PT) com o governo de Cuba para trazer os médicos da ilha ao País.