Delegada disse que ginecologista conversou com mulher antes de uma consulta de retorno. Defesa alega que ele não cometeu nenhum crime e vai pedir revogação da prisão na Justiça.
Mensagens atribuídas ao ginecologista Nicodemos Júnior Estanislau Morais, preso suspeito de crimes sexuais, mostram que ele teria pedido a uma paciente que fosse bronzeada para uma consulta de retorno (leia acima). A conversa foi registrada em aplicativo de celular, segundo a delegada que investiga os casos, Isabella Joy. Ao todo, 53 mulheres denunciaram o médico por algum tipo de abuso.
O advogado do ginecologista, Carlos Eduardo Gonçalves Martins, disse à TV Anhanguera que o cliente não cometeu nenhum dos crimes investigados e que pediu a revogação da prisão preventiva na Justiça.
O médico é investigado por importunação sexual, violação sexual mediante fraude e estupro de vulnerável, segundo a Polícia Civil.
De acordo com a conversa, o ginecologista puxa assunto perguntando se a paciente melhorou. A delegada explica que ela tinha feito uma cirurgia com ele para retirada de um dispositivo intrauterino (DIU), que infeccionou. A mensagem foi enviada antes da consulta de retorno, em abril do ano passado:
Médico: “Melhorou?”
Paciente: “Quase 100%. Fiz o que você falou e agora está cicatrizando. Já tomei a injeção também e o manipulado chegou de manhã.”
Médico: “Ótimo. Depois, só fazer o bronzeamento e me mostrar, kkkk”
Mulheres denunciam abusos sexuais de ginecologista em Anápolis
A delegada explica que a paciente sofreu abuso justamente na consulta de retorno.
“Ele fez a operação para retirar e, antes do retorno, mandou essa mensagem. No dia do retorno, como sempre, ele manipulou o órgão genital da mulher”, esclarece Isabella Joy.
O modo usado pelo médico para cometer os crimes era sempre o mesmo, segundo a polícia: ele manipulava o órgão genital da paciente, usando palavras de baixo calão e fazendo perguntas de cunho sexual não relevantes para a consulta.
