No horário eleitoral desta quinta-feira (15), Ciro fala sobre desigualdade e promete cobrar mais impostos dos super-ricos; Tebet dedica propaganda ao público feminino
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) usou seu tempo no horário eleitoral gratuito na TV nesta quinta-feira (15) para defender políticas públicas de seu governo voltadas para os pobres e para ligar Jair Bolsonaro (PL) a acusações de corrupção. O presidente, por sua vez, falou sobre segurança pública e criticou o petista por falas sobre violência.
A propaganda de Lula abordou a economia. Nela, o petista prometeu salário mínimo com reajuste acima da inflação, investimento em grandes obras e o lançamento do programa Desenrola Brasil, para renegociar dívidas de brasileiros.
Ele também questionou Bolsonaro por envolvimento em denúncias de corrupção, utilizando imagens com notícias de veículos de imprensa.
“Como ele [Bolsonaro] explica a corrupção no Ministério da Educação, que trocava verbas públicas por barras de ouro? Como ele explica decretar sigilos de 100 anos em diversos escândalos do seu governo? Como ele explica o caso das rachadinhas? Como ele explica que sua família comprou 51 imóveis comprando em dinheiro vivo?”, diz o narrador na peça.
A propaganda de Bolsonaro começou com a exibição de cenas de violência enquanto era reproduzido um vídeo em que Lula falava a seguinte frase: “Eu não posso mais ver jovem de 14, 15 anos, assaltando e sendo violentado e assassinado pela polícia, às vezes inocente, porque roubou um celular”.
A fala é de um discurso do ex-presidente em 2019, após sair da prisão. Apoiadores de Bolsonaro aparecem assistindo ao vídeo e criticando o petista. “Erradíssimo, né? Jamais ele poderia falar um negócio desse, né?”, disse um dos apoiadores.
O narrador questiona, em seguida: “E sobre os ladrões? Vamos ver o que o povo acha”. “Eu tenho medo de ladrão”, diz uma das entrevistadas.
O candidato a vice-presidente, Walter Braga Netto, destacou o aumento da apreensão de drogas e armamentos no governo e comparou os índices com a gestão petista. A primeira-dama, Michelle, apareceu para discursar contra as drogas. “As drogas destroem lares inteiros, não é certo incentivar. O certo é combater”, diz.
Para falar sobre desigualdade no país, Ciro Gomes (PDT) comparou a avenida Faria Lima, em São Paulo, com “uma comunidade” no Rio de Janeiro.
Ele prometeu cobrar mais impostos dos super-ricos e colocar em prática o Programa Renda Mínima, entregando, em média, R$ 1.000 por mês às famílias mais carentes.
Simone Tebet (MDB) dedicou sua propaganda ao público feminino, destacando que foi a primeira mulher a concorrer à presidência do Senado. Ela disse que lutará por igualdade salarial e estabelecer ministérios com paridade entre homens e mulheres.
Felipe D’Avila (Novo) elogiou seu colega de partido Romeu Zema, governador de Minas Gerais e candidato à reeleição. “Romeu Zema colocou Minas Gerais nos trilhos e provou que política de resultado é possível”, disse.
Soraya Thronicke (União Brasil) disse que já votou em Bolsonaro, mas “mudou de opinião” e que é “absolutamente contra o PT e Lula, seu maior líder”.
Padre Kelmon (PTB) afirmou ter a “missão” de não igualar o Brasil a países como Venezuela, Chile e Cuba. “Precisamos unir esse país cristão para evitar esses males que já vimos e que não queremos que se repita aqui”, afirmou.
Saiba mais sobre o horário eleitoral
Neste ano, a rádio e a televisão transmitem dois blocos diários de propaganda eleitoral gratuita, de segunda-feira a sábado. Cada um deles terá 25 minutos: no rádio, o primeiro será transmitido das 7h às 7h25; e o segundo, das 12h às 12h25. Na televisão, as exibições acontecem entre 13h e 13h25 e das 20h às 20h25.
Nas segundas, quartas e sextas, quem aparece são os candidatos a governador, senador e deputado estadual. Já nas terças e quintas e sábados, o tempo vai para candidatos a presidente e deputado federal.
Debate
As emissoras CNN e SBT, o jornal O Estado de S. Paulo, a revista Veja, o portal Terra e a rádio NovaBrasilFM formaram um pool para realizar o debate entre os candidatos à Presidência da República, que acontecerá no dia 24 de setembro.
O debate será transmitido ao vivo pela CNN na TV e por nossas plataformas digitais.