Desvios milionários são investigados
Fonte: AR
Investigado na Operação Vendilhões, deflagrada pelo Ministério Público de Goiás, o padre Robson de Oliveira pediu, nesta sexta-feira (21/8), afastamento das suas funções no Santuário Basílica do Divino Pai Eterno e na Associação Filhos do Pai Eterno (Afipe). A informação foi confirmada pela Arquidiocese de Goiânia por meio de nota assinada pelo arcebispo Dom Washington Cruz.
De acordo com o comunicado, as funções serão assumidas interinamente pelo padre André Ricardo de Melo, Provincial dos Missionários Redentoristas de Goiás.
Ainda na nota, a Arquidiocese disse que recebeu com surpresa a ação do Ministério Público e do Poder Judiciário. “Estamos abertos para apurar, com transparência, quaisquer denúncias em desfavor de seus membros”, diz o texto. “Mais do que ninguém, queremos esclarecientos de todos os fatos”, completa.
Investigações
Possíveis crimes de apropriação indébita, lavagem de capitais, organização criminosa, sonegação fiscal e falsidade ideológica praticadas pelos dirigentes das três associações ligadas à Igreja Católica em Trindade, que recebiam doações em dinheiro de fiéis, estão sendo investigados pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO), por intermédio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), na Operação Vendilhões. Foram bloqueados judicialmente R$ 60 milhões em bens imóveis e valores em contas bancárias dos envolvidos.
Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Goiânia e Trindade, principalmente em endereços ligados ao padre Robson. Ele teria usado recursos doados por fiéis em benefício próprio.
De acordo com o promotor de Justiça Sebastião Marcos Martins, que coordenou a ação, deflagrada na manhã desta sexta-feira (21/8), está sendo analisada uma movimentação financeira equivalente a R$ 1,7 bilhão. Segundo ele informou durante entrevista coletiva realizada na tarde desta sexta-feira (21/9), a fraude não atinge o montante na sua íntegra, mas, a partir da documentação apreendida, será possível definir o valor que foi desviado.
A investigação que resultou na Operação Vendilhões teve início em 2019, a partir da condenação de um grupo criminoso que praticou extorsão contra padre Robson. Na ocasião, cinco pessoas exigiram mais de R$ 2 milhões para que não fossem divulgadas imagens e mensagens eletrônicas com informações pessoais, amorosas e profissionais que prejudicassem a imagem do religioso. O processo foi enviado ao Gaeco para apurar a origem do dinheiro utilizado para pagamento de parte do valor ao grupo criminoso.