O presidente do partido em Minas era Marcelo Álvaro Antonio, que teria utilizado candidatas para acessar recursos de fundo eleitoral
A Polícia Federal indiciou nesta segunda-feira, 1º, três assessores do ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio (PSL), e quatro mulheres apontadas como candidatas laranjas do PSL nas eleições de 2018.
Em depoimentos ao longo das investigações, todos permaneceram em silêncio. O indiciamento foi por falsidade ideológica, aplicação irregular de verba e associação criminosa. O inquérito será agora enviado para o Ministério Público, para apresentação, ou não, de denúncia.
A investigação sobre as candidaturas de laranjas do PSL, partido do presidente Jair Bolsonaro, começou após reportagem do jornal Folha de S.Paulo revelar a existência de um esquema que direcionou R$ 279 mil em verbas públicas do partido para quatro candidatas do partido em Minas.
As ex-candidatas indiciadas são Naftali de Oliveira Neres, Débora Gomes da Silveira, Camila Fernandes Rosa e Lilian Bernardino de Almeida. Juntas, as quatro candidatas receberam cerca de 2.100 votos.
O ministro do Turismo nega qualquer participação no esquema. O diretório do PSL em Minas ainda não se pronunciou.
Nas investigações, ficou comprovado, entre outros pontos, que uma gráfica utilizada no suposto esquema já não funcionava dois anos antes das eleições. A PF apurou ainda que a empresa pertencia a um irmão de Roberto Soares.
Segundo a polícia, a relação custo por voto entre as mulheres que teriam sido usadas como laranjas no esquema era maior que a registrada entre candidatos que venceram as eleições. O custo médio entre os que venceram era de 10 reais por voto, enquanto o das candidatas do PSL era de 300 reais.
As penas máximas para os três crimes são de 9 anos e 3 meses de prisão. O Ministério Público de Minas também investiga o suposto esquema de desvio de recursos do fundo eleitoral.
Fonte: Veja