Jornal do Peninha

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Policiais civis de Goiás cruzaram os braços na tarde desta segunda-feira (13)

Os cerca de 3,5 mil policiais civis de Goiás decidiram cruzar os braços nesta segunda-feira (13), das 13h às 18h, em protesto contra o texto da Reforma da Previdência, que tramita no Congresso Nacional. 
Eles se concentram nas centrais de flagrante de cada região. Em Goiânia, a manifestação foi na Central de Flagrantes do Setor Cidade Jardim, ao lado do Complexo das delegacias especializadas. 
De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Goiás (Sinpol), Paulo Sérgio Araújo, os serviços foram completamente parados. Os casos de flagrante atendidos pela Polícia Militar tiveram que esperar até o final da paralisação  para registro. “No entanto, a Polícia Civil tem bom senso. Alguns casos foram exceção“, disse. 
Paulo Sérgio disse que a reforma da Previdência “destrói a aposentadoria especial que é reconhecida em quase todos os países do mundo”. Segundo ele, as forças policiais precisam ser tratadas com isonomia.   O texto da proposta aumenta o tempo de contribuição dos servidores e provoca o envelhecimento dos policiais e pode comprometer o serviço prestado por eles. 
“Nós precisamos de vigor físico para cumprir mandados de prisão, fazer flagrantes, enfrentar o crime organizado. Passaríamos a ter policiais com 60, 65 anos. A sociedade perde com o envelhecimento da polícia”, avalia. “
Atualmente, os homens podem se aposentar após 30 anos de contribuição, sendo no mínimo 20 deles dedicados à atividade policial. O tempo de contribuição passará para 35 anos, com 25 exclusivamente no serviço policial. 
Mulheres
Já as mulheres terão que exercer a função por mais dez anos para concessão do benefício. Hoje, são 25 anos no total, considerando 15 dedicados à polícia. O tempo total será de 35 anos, com pelo menos 25 dedicados à segurança pública.
Paulo Sérgio também critica o fim do direito à paridade e integralidade do benefício. O movimento é nacional. A categoria organiza uma grande manifestação para o próximo dia 21, em Brasília, no Congresso Nacional, com o objetivo de sensibilizar os parlamentares sobre a importância da manutenção da aposentadoria especial.

“Não temos adicional noturno, não temos hora extra. Exercemos uma atividade de risco e estressante e devemos ser recompensados por isso. O direito mínimo que devemos ter é esse tratamento diferenciado na aposetadoria”, finaliza.