Jornal do Peninha

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Procissão do Fogaréu deixará de acontecer pela segunda vez em 276 anos

Celebração também foi cancelada em 2020 em razão da pandemia

Fonte: Mais Goiás

A procissão é marcada pela participação de fiéis segurando tochas e usando indumentária especial. É considerada o ponto mais emocionante da Semana Santa na cidade goiana por conta de sua beleza plástica, ao representar a busca e captura de Jesus em meio às luzes da cidade apagadas. Apenas as tochas levadas por fiéis iluminam as ruas.

“Não tem como não se emocionar, mas, como está [o cenário da pandemia], é impossível receber público para a procissão”, disse Rodrigo Santana, secretário do Turismo e Desenvolvimento Econômico da cidade. A saída foi fazer uma transmissão pelas redes sociais da prefeitura.

Apesar das restrições impostas pela pandemia, a cidade não está fechada. A prefeitura impôs limites de 50% de ocupação em todos os locais e implantou barreira sanitária na entrada da cidade. A partir de 22h30, entra em vigor o “toque de consciência”, paralisando todas as atividades.

A procura por hotéis, porém, está baixa. Há estabelecimentos com apenas 10% de reservas. A capacidade hoteleira local é de 1.600 leitos —com o limite, cai para 800. Historicamente, a cidade de 24 mil habitantes recebe 50 mil turistas na Semana Santa, a maioria retornando aos seus municípios de origem no mesmo dia. Neste ano, ela completa 20 anos do reconhecimento pela Unesco como patrimônio cultural mundial.

Bispo da diocese de Goiás, dom Jeová Elias afirmou em vídeo que as pessoas não devem deixar de celebrar a Páscoa. “Nunca nos demos por mortos. A esperança não deve ser apagada do nosso coração.”

Há locais que pretendiam receber fiéis, como igrejas de Ouro Preto, em Minas Gerais, mas a passagem do estado para a fase roxa impede a presença de público nas celebrações.

Todas as missas serão virtuais e transmitidas por meio das redes sociais da prefeitura ou de paróquias.