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Secretário de Saúde diz que Goiás está no pico da Covid-19 e estabilização deve acontecer nesta semana

Professora da UFG pondera que os casos da doença estão em um crescimento ‘a galope’ e que, ao invés de curva epidêmica, há um ‘foguete’. Estado tem mais de 56 mil moradores com coronavírus.

Por Vitor Santana, G1 GO

O secretário de Saúde de Goiás, Ismael Alexandrino, informou nesta segunda-feira (27) que o estado está passando pelo pico de casos de Covid-19 e que a situação deve se estabilizar esta semana. Porém, a professora de medicina da Universidade Federal de Goiás (UFG) Érica da Silveira, considera que os casos ainda estão com uma expansão ‘a galope’.

Goiás registrou até domingo (26), data em que o último balanço da Secretaria Estadual de Saúde (Saúde) foi divulgado, mais de 56 mil casos e 1.392 mortes devido ao coronavírus. Outros 114 mil registros são considerados como suspeitos.

“Acreditamos que estamos vivendo o pico e que esse pico se estabilize e vire um platô ao longo desse semana. O platô significa que o número de casos diários tende a permanecer o mesmo”, disse o secretário.

“O não uso do álcool gel e da máscara em algumas atividades, como temos visto, sobretudo em bares e restaurantes, nos preocupa. Isso vai ser fator determinante. Então, mais do que nunca, a população precisa contribuir, fazer a sua parte”, disse o secretário.

O secretário relatou que a taxa de ocupação das UTIs dedicadas ao tratamento da Covid-19 está em 81% nesta segunda-feira. Porém, esse índice só está nesse patamar porque foram inaugurados quase 30 novos leitos em hospitais de Anápolis e São Luís de Montes Belos. Caso contrário, o percentual ultrapassaria os 90%, conforme calcula o secretário.

Crescimento ‘a galope’

A professora Érika Silveira aponta que o grande aumento de casos é alarmante.

“Nós não temos mais no estado de Goiás uma curva epidêmica, nós temos um foguete”, disse a professora.

Ela pontua ainda que os números de casos e mortes até o momento confirmam as projeções feitas pelos estudos da UFG, que previam o pico da doença na segunda quinzena de julho. “É provável que, devido à baixa taxa de isolamento social, a gente continue com esses casos e número de óbitos crescentes, a galope, dessa forma que está”, disse.

O estado chegou a decretar o funcionamento alternado do comércio, fechando 14 dias e depois reabrindo pelo mesmo período. Porém, após o prazo com os estabelecimentos fechados, um novo decreto permitiu a reabertura sem previsão para nova interrupção das atividades.

A professora da UFG viu essa mudança como algo preocupante, pois em vários países a retomada das atividades foi gradual, enquanto em Goiás ela aconteceu de uma vez e sem um tempo para observar como foi o crescimento dos casos durante o período.

“Aqui no estado, a gente teve um panorama muito bom de fechamento em março, o que impactou em um número baixo de casos no mês de abril. A partir de maio, quando se quebra esse isolamento social, a gente cai para abaixo dos 38% de isolamento, a gente começa a observar essa escalada de casos e de óbitos e, agora, nos últimos 14 dias após essa reabertura, a gente está vendo essa questão do aumento absurdo”, completou.