Entre os trabalhadores foi encontrado um idoso, de 74 anos, que vivia em uma barraca de lona há quase dois meses, segundo a polícia. Vereador é procurado por crimes ambientais no âmbito federal por desmatar vegetação nativa para produção de carvão.
Por Pedro Moura, g1 Goiás
Duas carvoarias clandestinas foram fechadas pelo Batalhão Ambiental suspeitas de desmatar vegetação nativa para produzir carvão, em Piranhas, no oeste goiano. As fábricas, que estavam com 13 toneladas de carvão prontas para serem comercializadas, pertencem ao ex-vereador do município, Suelter Ferreira, segundo o tenente-coronel Geraldo Pascoal. O político é procurado pela polícia.
O g1 procurou a defesa do ex-vereador para que se posicionasse, mas não conseguiu a encontrar até a última atualização desta reportagem. O g1 também entrou em contato com o vereador por mensagem, mas não obteve retorno.
Nos locais situados em áreas de difícil acesso, conforme Pascoal, foram encontrados dois homens, uma mulher e dois idosos em situações precárias de moradia e higiene. Um dos idosos, de 74 anos, por exemplo, estava morando em uma barraca de lona há quase dois meses e sem receber pelo trabalho. O local foi fechado nesta quarta-feira (26).
“Eles eram responsáveis por tocar as carvoarias. O carvão já estava empacotado em sacos de suplemento animal, além de pacotes de 3,5 km sem nenhuma origem. Localizamos os locais por meio de imagens de satélite, onde identificamos pontos pretos no meio da mata que seriam as fábricas clandestinas”, explicou.
Fornos e madeira ilegal usada para fazer carvão, em Piranhas, Goiás — Foto: Divulgação/Batalhão Ambiental
O tenente-coronel afirmou que Suelter deve responder por crimes ambientais no âmbito federal e que todo o material apreendido nas fábricas deve ser enviado ao Ministério Público Federal (MPF).
“Queima de mata nativa para a produção de carvão vegetal é um crime federal. É preciso fazer um levantamento e localizar os pontos onde houve a supressão vegetal para realizar a medição, a fim de contabilizar o tamanho da área destamatada e o que foi ilegal e o que não foi. Porém, toda a madeira utilizada no carvão é de mata nativa da região”, afirmou.
O delegado Igor Dalmy, responsável pelo caso, disse que os policiais trabalham em conjunto com o batalhão para localizar o ex-vereador. O caso será investigado pela Polícia Civil (PC).
Policial civil e ambiental expecionando carvão, em Piranhas, Goiás — Foto: Divulgação/Batalhão Ambiental