Jornal do Peninha

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Um ano da morte de Lázaro Barbosa; relembre o caso

Foram 20 dias de buscas em Cocalzinho de Goiás

Fonte: AR

Era uma manhã fria de segunda-feira quando a notícia da morte de Lázaro Barbosa, 32 anos, apontado como o autor do assassinato de quatro pessoas de uma mesma família em Ceilândia, no Distrito Federal, e de outra série de crimes em Goiás, se espalhava pelo Brasil e também pela imprensa internacional.

Nesta terça-feira, 28 de junho de 2022, completa um ano que a polícia goiana descobriu o paradeiro de um dos fugitivos mais procurados do País. À época, a força policial de Goiás se concentrava para 20 dias de buscas incansáveis pelo homem, que estava escondido na pequena cidade de Cocalzinho de Goiás, a 133 quilômetros de Goiânia. 

A força-tarefa para encontrar o suspeito contou com mais de 200 agentes da Segurança Pública. A Polícia Civil de Goiás se dividiu nas buscas permanentes, feitas por policiais das delegacias regionais de Águas Lindas, Luziânia e Formosa e das delegacias especializadas estaduais. Em outra frente, a equipe da Coordenadoria de Operações e Recursos Especiais (CORE/GT3), o grupo tático de elite da PCGO, capitaneado pelo delegado André Corteze Ganga, se revezava nas buscas. Equipes da Polícia Militar, inclusive com cães farejadores, também estavam empenhados nas buscas.

O delegado Ganga lembra da intensa procura por Lázaro. “Foram dias ininterruptos da operação para capturar o foragido Lázaro, fazendo buscas nas matas diuturnamente, realizando operações aerotransportadas, apoiando no cumprimento de medidas judiciais da Polícia Civil e auxiliando também a Inteligência, lançando snipers no terreno para auxiliar as equipes”, destaca. “Na base montada, outro grupo de policiais civis se dedicava a investigações baseadas em estratégias de inteligência. A tática, bem sucedida, foi fundamental para encontrar e capturar o fugitivo”, pontua. 
 


(Foto: divulgação)
 
No domingo, 27 de junho de 2021, a equipe do delegado regional de Águas Lindas, Cleber Junio Martins, ficou a poucos metros de Lázaro. Foi o momento do cerco policial mais próximo de sua captura. A corporação deixou a base de apoio por volta das 23h para efetuar uma diligência perto da casa da ex-sogra de Lázaro, na periferia de Águas Lindas.

Pessoas próximas relataram ter visto o suspeito em uma região de mata e avisaram a polícia. “Assim que começou a perseguição, ele correu e se embrenhou no mato. A gente falou pra ele se entregar, e ele disse que se entrássemos, atiraria”, lembra Cleber. O delegado se recorda ainda que aqueles eram os minutos finais da busca. “A sensação era de que havia chegado a hora, cada vez mais fazendo um cerco preciso, para evitar que ele saísse e, ao amanhecer, realizar a prisão”.

 


  Carta encontrada com Lázaro Barbosa no dia 28 de junho de 2021 (Foto: divulgação)
Lázaro Barbosa foi encontrado no fim da manhã de segunda-feira, 28 de junho do ano passado. De acordo com informações das forças de Segurança Pública de Goiás, Lázaro teria trocado tiros com policiais militares e acabou sendo morto. Com ele foram encontrados um bilhete e cerca de R$ 4 mil em dinheiro.

Para o delegado-geral da Polícia Civil, Alexandre Lourenço, o caso Lázaro “foi completamente elucidado”. “Prova disso, é que um fazendeiro suspeito de auxiliá-lo foi preso e indiciado. Apesar da morte de Lázaro, a Polícia Civil goiana finalizou as investigações e solucionou toda a trama criminosa”, garante. 

Apoio 

 A polícia chegou a afirmar que havia uma organização criminosa agindo na região, com pessoas importantes, como empresários, fazendeiros e políticos. Durante a fuga de Lázaro, foi identificada uma rede de ajuda ao suspeito. O grupo era composto pela ex-mulher dele, a mãe dela, a viúva de Lázaro e por um fazendeiro.

Polícia Civil de Goiás indicia 5 suspeitos por auxílio na fuga de Lázaro

Elas tiveram contato com o procurado dias antes dele ser encontrado pela polícia e não o denunciaram. Elas falaram com ele pessoalmente ou por telefone, inclusive no dia do cerco final, horas antes de Lázaro ser baleado e morto.

Fazendeiro vira réu por ajudar na fuga de Lázaro Barbosa em Cocalzinho (Foto: reprodução)
O fazendeiro Elmi Caetano, de 74 anos, chegou a ser preso por abrigar Lázaro em sua fazenda, dando comida e local para que ele dormisse. Além disso, segundo as investigações, ele deu informações falsas à polícia para atrapalhar a operação. O fazendeiro morreu em março deste ano, vítima de câncer.