Jornal do Peninha

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Vaticano propõe que homens casados possam virar padres na região amazônica

Número de padres é baixo na região. Documento será discutido em evento. Ainda pede ministério oficial a mulheres.

Poder 360

O Vaticano divulgou nesta 2ª feira (17.jun.2019) 1 documento sugerindo a possibilidade de homens mais velhos, casados e com famílias constituídas e, de preferência, de ascendência indígena, se tornarem padres na região amazônica. Um pedido de ministério oficial conferido às mulheres também foi acrescentado.

O relatório é 1 preparatório para o Sínodo dos Bispos sobre a região amazônica, evento que será realizado entre 6 e 27 de outubro e reunirá bispos de todo o mundo. O objetivo é discutir a evangelização de povos indígenas e preservação da natureza.

A discussão possibilitaria o aumento de padres na região, que atualmente é baixo. Os escolhidos seriam os chamados viri probati –expressão em latim que quer dizer homens provados–líderes respeitados na sociedade, casados, religiosos e capazes de administrar uma comunidade de fiéis. Eis a íntegra do documento.

O Vaticano chamou atenção para a dificuldade de comunidades amazônicas em celebrar a Eucaristia, 1 dos 7 sacramentos da Igreja Católica. “Por isso, ao invés de deixar as comunidades sem Eucaristia, devem ser mudados os critérios de seleção e preparação de ministros autorizados a celebrá-la“, afirma o documento.

O relatório chama a atenção para a evangelização autêntica de homens e mulheres nativos do ponto de vista de hábitos e costumes da cultura indígena: “Trata-se de indígenas que pregam a indígenas com 1 profundo conhecimento de sua cultura e seu idioma, capazes de comunicar a mensagem do Evangelho com a força e a eficácia de sua bagagem cultural“.

A proposta já estava sendo discutida desde 2018, após a convocação da assembleia episcopal pelo papa Francisco.

Atualmente, a instituição católica não permite o casamento dos sacerdotes. A única possibilidade de que homens ou mulheres com matrimônios pertencerem ao grupo do clero é na função de diácono. O documento, no entanto, não abre margem para aqueles que já são padres possam se casar.

REPRESENTATIVIDADE FEMININA

O documento também chama atenção para a importância e maior atuação das mulheres na região amazônica. Propõe-se maior liderança e espaços mais “abrangentes e relevantes na área da formação: teologia, catequese, liturgia e escolas de fé e de política”. 

Acrescenta-se que a figura feminina seja voltada para “consultas e tomadas de decisões” e que a Igreja aprenda com o “estilo feminino de atuar e compreender os acontecimentos”.