Capital é o 3º maior mercado imobiliário
AR
A venda de imóveis teve um crescimento de 47% no primeiro trimestre de 2025 em Goiânia, consolidando a capital como terceiro maior mercado imobiliário do Brasil. Os dados são de pesquisa da Associação das Empresas do Mercado Imobiliário de Goiás (Ademi-GO) sobre o mercado imoniliário. Segundo o levantamento, a valorização dos imóveis na capital foi de 22% em comparação ao mesmo período de 2024.
Segundo o Presidente do Conselho da Ademi-GO, Fernando Razuk, o aquecimento do mercado imobiliário tem fundamentos sólidos e é consequência da alta demanda por imóveis na capital. “A população e a economia de Goiás crescem numa velocidade muito acima do restante do país, o que gera uma demanda enorme por novas moradias”, comenta.
“Além disso, a economia de Goiás vem crescendo acima da economia brasileira há muitos anos. Isso aumenta significativamente a demanda por imóveis. Com a economia aquecida, as pessoas ganham dinheiro para comprar seu primeiro imóvel, fazer upgrade para um apartamento maior, comprar salas comerciais para ampliar seus negócios”, complementa Razuk.
Perspectivas de mercado
Para Fernando Razuk, o aumento dos custos de produção é o grande desafio para as empresas. “Vivemos desde 2020 uma pressão intensa nos custos de obras. Durante a pandemia, essa pressão veio principalmente do aumento dos materiais, ocasionado pela quebra da cadeia produtiva. Com o crescimento dos lançamentos, hoje o grande desafio é a mão de obra que é escassa. Outro fator sobre o qual o empreendedor deve ter cuidado é em relação ao crédito para financiar os empreendimentos. As taxas de juros aumentaram bastante e os bancos estão mais restritivos, o que significa que apenas os empreendedores mais profissionalizados e mais organizados financeiramente terão acesso ao recurso dos bancos”, alerta.
Além dos fatores citados e da restrição do Plano Diretor, a reforma tributária também deve elevar a carga tributária para imóveis no país. Assim, já em 2026, quando se inicia a transição entre os modelos, o segmento deve ser impactado.
“A valorização dos imóveis em Goiânia deve seguir de maneira intensa, já que as margens de resultado das incorporações são pequenas e os incorporadores precisarão repassar os custos para o preço final dos imóveis. O que para os empreendedores é um desafio, para os compradores é uma grande oportunidade. Quem comprou imóvel nos últimos anos viu seu patrimônio crescer com uma alta rentabilidade e segurança”, afirmou o presidente da Ademi, Felipe Melazzo.
Bairros valorizados
O preço médio por metro quadrado dos imóveis, levando em conta apenas os quatro principais bairros da capital (Bueno, Marista, Oeste e Jardim Goiás), foi de R$ 11.642,5, segundo a pesquisa. Um destaque especial para o Setor Marista, onde o preço médio em março é de R$ 13 mil por metro quadrado. No Bueno, o preço do metro quadrado hoje está próximo de R$ 12 mil. Credson Batista explica que é natural que esses bairros, como o Bueno e o Marista, sejam mais valorizados devido à alta procura. “Isso acontece em função da qualidade de vida ofertada por eles, com opções de lazer, comércio e conveniência e tudo mais que seus moradores precisam”, comenta.
“Além disso, nas regiões mais valorizadas do Bueno, como o Parque Vaca Brava e a praça da T-23, os apartamentos já estão sendo comercializados por volta de R$ 17.000 a R$ 18.000 o metro quadrado”, complementa. Para o Jardim Goiás o preço médio apontado na pesquisa foi de R$ 10.736,00. Porém o diretor faz uma ressalva importante. “O preço apresentado leva em consideração apenas os empreendimentos que ainda possuem estoque na região. Recentemente, aconteceu um lançamento de apartamentos de 420 m² com preço acima de R$ 17.000,00 o metro quadrado e teve 100% de seus apartamentos vendidos no lançamento”, explica Credson.
Outro Setor que entrou para o ranking dos imóveis mais valorizados foi o Setor Serrinha. “Nos últimos anos, houve uma sequência de lançamentos de alto padrão no Serrinha, e esses empreendimentos puxaram a valorização do setor”, esclarece Credson. Razuk explica que ainda é possível encontrar alguns produtos com preço de venda abaixo da média dos bairros, mas que esse estoque de preços menores deve acabar em poucos meses.
“Ainda existem estoques de alguns empreendimentos que foram lançados quatro anos atrás, numa época em que os terrenos e o custo de construção ainda estavam mais baratos. Mas estes imóveis já estão abaixo do custo de reposição. Ou seja, se os incorporadores lançassem o mesmo projeto, no mesmo local, o preço de hoje seria mais alto, pois a realidade atual de custo de construção e custo de terreno já é completamente diferente da realidade de quatro ou cinco anos atrás”, explica. “É por este motivo que temos convicção que os preços dos imóveis continuarão aumentando nos próximos anos”, enfatiza Razuk.
Para os empreendimentos comerciais, a pesquisa demonstra que o preço médio hoje é de R$ 15.248. “O crescimento da economia goiana acima da média nacional aumenta significativamente a demanda por espaços comerciais, uma vez que as empresas e profissionais autônomos necessitam de mais espaço para expandir seus negócios”, explica Felipe Melazzo. “Neste mês, duas empresas associadas lançarão empreendimentos de salas comerciais. São produtos de altíssimo valor agregado e localização premium e, portanto, o preço de venda será acima do preço médio. Mas, por serem produtos muito premium, a expectativa é que tenham boa velocidade de vendas”, complementa.
Minha Casa Minha Vida
Com o aumento do teto de avaliação para R$ 350 mil por unidade em 2023, o estoque de apartamentos dentro do programa Minha Casa Minha Vida na região metropolitana subiu de 1.333 para 1.517 unidades, sendo que, dessas somente 240 apartamentos estão em Aparecida de Goiânia. Com isso, apenas cerca de 14% do estoque total da região metropolitana se enquadra no programa.
“Começamos a enxergar uma leve melhora nos números do segmento, pois a oferta de unidades desse padrão chegou a ficar abaixo de 10% do estoque da cidade. Porém, entendemos que esse percentual ainda é muito discreto quando comparados com outros mercados, como São Paulo onde o MCMV chega a representar 50% das vendas”, explica o diretor de pesquisa e estatística, Credson Batista.