Número é comparado ao mesmo mês de 2022
AGÊNCIA BRASIL
As vendas de veículos zero quilômetro tiveram em julho o maior volume de um mês em dois anos e meio, refletindo as entregas de carros comercializados com descontos patrocinados pelo governo. Entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, 225,6 mil unidades foram vendidas em julho, conforme balanço divulgado nesta quarta-feira (2/8), pela Fenabrave, a associação que representa as concessionárias de automóveis.
Desde dezembro de 2020, quando 244 mil veículos foram emplacados no País, não se via número tão alto. Na comparação com junho, as vendas subiram 19%. Frente ao mesmo mês do ano passado, o crescimento foi de 24%. Os descontos de R$ 2 mil a R$ 8 mil patrocinados pelo governo, lançados em 6 de junho, acabaram na primeira semana de julho, dado o esgotamento rápido dos créditos tributários, de R$ 800 milhões, que tornaram possível a redução dos preços. Porém, aproximadamente 79 mil veículos vendidos em junho ficaram para as estatísticas do mês seguinte, já que existe uma defasagem entre o fechamento do negócio e a entrega dos automóveis.
Segundo a Fenabrave, o ritmo diário das vendas de carros subiu de 8,6 mil, em junho, para mais de 10 mil no mês passado. O crescimento das vendas de veículos no acumulado desde o início do ano subiu de 8,8%, variação apurada até junho, para 11,3%. De janeiro a julho, 1,22 milhão de veículos foram vendidos no Brasil na soma de todas as categorias. Ao comentar o desempenho, o presidente da Fenabrave, José Mauricio Andreta Junior, destacou que o programa do governo, somado aos descontos adicionais das marcas e taxas especiais nos financiamentos, aqueceu o mercado num momento “desafiador”, dada a perda do poder de compra do consumidor, além das restrições de crédito.
O executivo reiterou que a entidade está preparando uma proposta para apresentar ao governo com o objetivo de apoiar a recuperação do setor sem perda de arrecadação. “É muito importante para o País manter nosso setor aquecido. Por isso, a Fenabrave acredita ser necessária a criação de um plano sustentado de recuperação do setor automotivo que não seja temporário”, defendeu Andreta Jr. Segundo o presidente da associação das revendas, o sucesso do programa é inquestionável, mas agora o crédito volta a ser um dos principais desafios.