Documento ressalta que o julgamento é necessário para “trazer justiça à família da vítima e representar um marco no combate à impunidade em crimes contra comunicadores no país”
Francisco Costa Francisco Costa – Mais Goiás
Sete associações assinaram carta para que não haja um novo adiamento do julgamento do caso Valério Luiz, nesta terça-feira (15). O tribunal do júri, que estava previsto para segunda-feira (14), foi adiado porque o defensor de Maurício Sampaio (um dos acusados pela morte do jornalista), Ney Moura Teles, renunciou à defesa.
Para o filho da vítima, Valério Luiz Filho, a renúncia de Ney foi protelatória e uma manobra. O advogado de Sampaio, por sua vez, disse ao Mais Goiás que apresentou a renúncia em 3 de março, diferente da fala do juiz Lourival Machado da Costa à imprensa, que falou em 11 de março. Segundo o defensor, que nega qualquer artimanha, ele deixou o caso por divergências com o cliente, mas não especificou. Além disso, afirmou ser uma decisão prevista em lei.
Assinam o documento contra novos adiamentos: Artigo 19, Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), Associação Profissão Jornalista (APJor), Instituto Vladimir Herzog, Intervozes – Coletivo Brasil de Comunicação Social, Rede de Proteção de Jornalistas e Comunicadores e Repórteres Sem Fronteiras.
“As organizações aqui signatárias, referências na luta pela garantia da liberdade de expressão e de imprensa no Brasil e no mundo, vêm reforçar a necessidade de que o julgamento do assassinato de Valério Luiz efetivamente ocorra, sem novos adiamentos ou atrasos, para que finalmente possa trazer justiça à família da vítima e representar um marco no combate à impunidade em crimes contra comunicadores no país”, diz o último parágrafo do documento divulgado por Valério Filho.
Já o filho do jornalista escreveu: “Em virtude de mais esse percalço, organizações que têm acompanhado o andamento do caso emitiram carta pugnando para que não haja novo adiamento.”
Confira o texto na íntegra AQUI.
O crime ocorreu em julho de 2012. Segundo o Ministério Público, Valério foi morto em razão de críticas que teriam desagradado o empresário Maurício Sampaio, à época ligado à direção do Atlético Goianiense.
Os denunciados são: Ademá Figuerêdo Aguiar Filho, Djalma Gomes da Silva, Marcus Vinícius Pereira Xavier, Maurício Borges Sampaio e Urbano de Carvalho Malta.