Governador alertou sobre aumento de casos
Fonte: AR
O governador Ronaldo Caiado disse nesta quinta-feira (14/5) que o novo decreto endurecendo as regras de isolamento social em Goiás não tem data para ser publicado. No início da semana, ele chegou a confirmar que o documento seria finalizado até hoje, mas recuou diante da “falta de convergência”. “Se não houver adesão, o decreto se transforma em letra morta”, argumentou em entrevista à CBN.
Caiado relatou que a realidade do novo coronavírus no Estado está tomando uma proporção acelerada e preocupante. Explicou que, no início da pandemia, Goiás demorou 39 dias para registrar 100 casos. “Só ontem ultrapassamos 100 casos. A média de óbitos era menos de um ao dia, ontem tivemos 9”, afirmou, indicando que o achatamento da curva nas primeiras semanas foi reflexo do decreto estadual que entrou em vigor no dia 13 de março, e “que teve adesão de 70% da população”.
O governador disse que hoje, o sentimento é diferente, indicando resistência popular a regras mais rígidas para conter o avanço da covid-19. “Decreto só tem efeito se tiver adesão de todos os prefeitos, autoridades, poderes constituídos, entidades de classe, todo mundo. Do contrário, não fica nada. Vou baixar decreto que não tem sentimento da população toda?”, questionou.
Na entrevista, o chefe do Executivo tornou a manifestar preocupação com as 24 cidades goianas com maior percentual de casos de covid-19, e oito municípios turísticos. Tomou como exemplo a região do Entorno do Distrito Federal, que tem “crescimento exponencial” da doença. “Não tem leito de UTI [na região] e Brasília não está aceitando mais pacientes com covonarívus”.
Caiado tornou a dizer que se seu excesso for no sentido de salvar vidas, está disposto a lidar com isso e tem levado sua preocupação a todas as reuniões que participa. Citou que estadualizou hospitais, para regionalizar o atendimento especializado na pandemia. Mas que, ainda sobre as regras de isolamento, vem tomando decisões “em conjunto com todos”, uma vez que “decreto não é unilateral, e só tem finalidade se tiver convergência”.
Ele ainda falou em “equilíbrio” na responsabilização das consequências dessas decisões conjuntas. “Não podemos admitir que haja uma construção da tese de que se tem problema de desemprego, é culpa do governo. Se há aumento da mortalidade, também é culpa do governo. Essa situação precisa ser debatida com a sociedade. Não se pode dar uma de Pôncio Pilatos, rotulando estado como responsável por aumento de óbitos ou responsável pelo desemprego.”