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Conselho de Ética da Câmara aprova cassação de Flordelis

Recomendação para perda de mandato da deputada federal pelo PSD do Rio foi aprovada por 16 votos a 1, e agora depende do plenário

Por 16 votos a 1, o Conselho de Ética da Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (8/6) o parecer pela cassação do mandato da deputada Flordelis (PSD-RJ) por quebra de decoro parlamentar. Ela é acusada de ser a mandante do assassinato do marido, pastor Anderson do Carmo, ocorrido em 16 de junho de 2019, em Niterói (RJ). O único voto contrário à cassação foi do deputado Márcio Labre (PSL-RJ).

O relator do caso, deputado Alexandre Leite (DEM-SP), apontou a briga de poder entre a deputada e o marido como motivação do crime. Segundo o relatório, Flordelis escolheu matar o marido para exercer de forma plena sem mandato porque antes disso, ele era o deputado de fato, apesar de ela ter sido eleita.

Leite disse ainda argumentou deixou de fora do parecer inúmeros crimes e suspeitas contra a deputada para focar no que estava relacionado ao mandato especificamente.

“Eu diria que se existisse o crime de estelionato eleitoral o conceito dele estaria embasado no seu caso. Tentei, ao máximo, poupar esse Conselho de Ética de fatos trazidas neste processo, que, por si só, já configurariam quebra de decoro. Escândalos sexuais, abusos sexuais, adoção à brasileira, rachadinha. Muitas informações que não agregariam nada na justiça que se pretende fazer nesse relatório”, destacou.

“Cristo da vez”

No início da reunião, chorando, a deputada se disse “o Cristo da vez” e apelou pela não aprovação do parecer. Ela alegou que ainda iria apresentar provas de sua inocência.

“Eu não quebrei decoro parlamentar. Eu não realizei uma ação que pudesse trazer desonra a esse parlamento, ao contrário. Eu fui vítima da transformação do meu caso em um espetáculo, que foi o que trouxe a exposição desse parlamento. Todos vocês sabem como desconstruir políticos dá ibope (notoriedade), vende jornais e anúncios em horários nobres na TV”, alegou a deputada.

No relatório, além da acusação de assassinato, o relator ainda atribui à parlamentar tentativa de fraudar o andamento dos trabalhos do colegiado com o objetivo manter seu mandato e, consequentemente, sua imunidade.

“Me parece que esse Conselho de Ética não tem conhecimento do devido processo legal. Se soubesse não estaria fazendo esse julgamento antecipado”, disse a advogada