Confira estudo do Sistema OCB/GO
Fonte: AR
Nos últimos cinco anos, as cooperativas de crédito em Goiás registraram crescimento de 160% dos seus ativos totais, totalizando R$ 16,4 bilhões, enquanto no âmbito nacional o crescimento do setor foi de 77%. Também registraram crescimento de 113,86% nas movimentações financeiras, mais do que o dobro da média nacional no mesmo período (45,7%). Estes são alguns dos principais resultados de inédito levantamento econômico realizado pelo Sistema OCB/GO sobre o setor no Estado, que nesta quinta-feira (dia 15) comemora o Dia Internacional das Cooperativas de Crédito.
São 33 cooperativas de crédito com registro ativo no Sistema OCB/GO, que somam o total de 221,8 mil cooperados (17,3% do número de cooperados no Centro-Oeste brasileiro) em 245 municípios goianos e juntas são responsáveis por movimentação anual de R$ 8,9 bilhões. As operações de crédito totalizaram R$ 6,5 bilhões no ano passado. Deste total, 56,4% foi destinado a pessoas físicas e 43,6% a pessoas jurídicas, principalmente empresas de pequeno e médio porte.
No ano passado houve um crescimento de 21,8% no número de associados a cooperativas de crédito goianas, taxa superior ao cenário nacional (10,3%), que estão presentes fisicamente em 106 municípios goianos, atendendo a 78,9% da população goiana por meio de sedes e postos de atendimento cooperativistas. Destaca-se o aumento de 21,6% no número de postos de atendimento cooperativistas em Goiás apenas no ano passado, com 186 unidades. Quando consideradas suas sedes, o número de unidades de atendimento aumenta para 219. Para atender um público cada vez maior, o cooperativismo de crédito vai na contramão das instituições financeiras tradicionais, que reduziram no ano passado em 4,2% seu número de agências e em 8,6% seu número de postos de atendimento bancário em Goiás.
As cooperativas de crédito geram 2.925 empregos diretos em Goiás (dados de 2019), com salário médio mensal de 3,64 salários mínimos. Enquanto elas abriram 135 postos de trabalho em 2019, os bancos fecharam 165 vagas no mesmo ano em Goiás, segundo pesquisa sobre o Saldo de Empregos no Setor Bancário realizada pelo Dieese. Tal comparação demonstra a importância das cooperativas do ramo crédito na geração de emprego e renda no Estado de Goiás, que desde 2015 tem aumentado a oferta de vagas de trabalho.
As cooperativas de crédito em Goiás também apresentaram crescimento de 14,5% nos depósitos totais, totalizando R$ 6,5 bilhões. Já o Patrimônio Líquido apresentou aumento de 9,2% em 2019, totalizando R$ 3,2 bilhões. Isso demonstra a robustez do nível de atratividade das cooperativas e sua posição como alternativa na oferta de crédito, produtos e serviços financeiros. Considerando a evolução dos últimos cinco anos, constata-se que o capital próprio do cooperativismo de crédito goiano cresceu mais de 100%, enquanto nesse mesmo período a variação no âmbito nacional foi de 46,1%, evidenciando uma significativa expansão das cooperativas no Estado de Goiás.
“Essa análise foi realizada com o objetivo de evidenciar a importância do cooperativismo de crédito goiano e brasileiro. É possível perceber a importância desse segmento, não apenas como crescente gerador de empregos em Goiás, mas também como gerador de renda e na oferta de crédito em praticamente todo o Estado, inclusive em cidades com menos de 5 mil habitantes, onde não há a presença de bancos comerciais, comprovando a capilaridade do modelo de negócio cooperativista”, afirma o presidente do Sistema OCB/GO, Luís Alberto Pereira.
Vantagens
O estudo do Sistema OCB/GO mostra que duas das principais vantagens do cooperativismo de crédito são as taxas de juros mais baixas e as tarifas de serviços financeiros menores que o mercado financeiro tradicional. Isto acontece, principalmente, em razão destas instituições não terem como objetivo a geração de lucro. “A crescente representatividade das cooperativas de crédito em Goiás pode ser explicada, sobretudo, pela oferta de taxas e tarifas inferiores às praticadas pelos bancos comerciais, e muitas vezes para pessoas que estão desassistidas por instituições financeiras tradicionais”, frisa Luís Alberto Pereira.
A taxa média de juros com cheque especial das cooperativas goianas era 13,3% menor para pessoas físicas e 36,5% menor para pessoas jurídicas, comparadas às taxas médias nas instituições financeiras do Brasil, com base nos dados de 31 de dezembro de 2019. Considerando apenas os seis maiores bancos do País (Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Itaú, Safra e Santander), essa diferença é ainda maior – a taxa média de juros destes serviços era 33,5% (pessoas físicas) e 51,3% (pessoas jurídicas) inferiores nas cooperativas. Para operações de crédito pessoal, a taxa média de juros das cooperativas goianas para pessoa física (dezembro de 2019) era 68,5% menor que a média cobrada pelas instituições financeiras tradicionais ou 35,2% inferior à média da taxa cobrada nos seis maiores bancos do Brasil.
Quando analisadas as tarifas de serviços financeiros, ficam ainda mais evidentes os benefícios dos serviços de uma cooperativa de crédito. Para o serviço de Transferência Eletrônica Direta (TED) feito pela internet, por exemplo, os valores médios oferecidos pelas cooperativas de crédito goianas são menos da metade do que a média cobrada nos bancos privados e 11,85% menores que a média nos bancos públicos. São menores até mesmo que a média nacional das cooperativas de crédito. Esses dados reforçam a vantagem competitiva do cooperativismo de crédito em relação aos grandes bancos comerciais, traduzida na sua capacidade de disponibilizar serviços financeiros a custos mais favoráveis aos seus associados.
Os dados utilizados neste estudo foram coletados do Banco Central, Fundo Garantidor do Cooperativismo de Crédito (FGCOOP), questionário do Sistema OCB/GO e Programa de Desenvolvimento Econômico-Financeiro (GDA), tendo dezembro de 2019 como período base. No que se refere ao quantitativo de cooperados, patrimônio líquido, depósitos, ativos totais, operações de crédito, tarifas de serviços e movimentação econômica, os dados foram extraídos da base do Banco Central, sendo consideradas 33 cooperativas, todas com matriz no Estado de Goiás e registradas no Sistema OCB/GO.