Jornal do Peninha

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Dono da Borges Landeiro segue preso após audiência de custódia

Além do empresário, outras quatro pessoas seguem presas. Defesa de Dejair criticou a forma da audiência e disse que recebeu a decisão de “indignação”

Dejair Borges Landeiro,de 69 anos, dono da construtura que leva o sobrenome dele, continua preso após passar por audiência de custódia, na tarde desta sexta-feira (22). Além deles, outros quatro detidos também tiveram as prisões mantidas. O empresário é investigado por fraudar falência de empresas em Goiás e outros estados brasileiros.

Além disso, a juíza Placidina Pires pediu o recambiamento de pessoas que foram presas fora do Estado. A audiência foi marcada por diversos requerimentos para que a imprensa não comparecesse, entretanto, todos eles forma negados pela juíza.

O advogado de Dejair, Roberto Serra, criticou a audiência e disse que houve um “sensacionalismo coletivo.” “Todos devem ter o direito de imagens preservados. Não tivemos sequer um tempo com os clientes sem estar acompanhado com a equipe de escolta. Em 20 anos de profissão, eu nunca tinha passado por uma situação como essa. Foi uma audiência de ato processual desastrosa”, ressalta.

Esquema

De acordo com investigações do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público de Goiás (MP-GO), o grupo atuava em quatro núcleos: financeiro, empresarial, jurídico e de fachada ou laranja. Todos comunicavam entre si, formando uma rede criminosa que atuava em Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Mato Grosso e Rio Grande de Sul.

As investigações tiveram início após a declaração de falência da Borges Landeiro. De acordo com o MP-GO, os empresários eram responsáveis por ocultar o patrimônio real das empresas que decretavam falência. Além disso, eram responsáveis por comprar e revender os créditos gerados nas recuperações judiciais e falências.

Nesse momento, os laranjas compravam créditos das recuperações judiciais ou das falências. Um exemplo dado pelo promotor Juan Borges: os imóveis avaliados em R$ 1 milhão chegavam a ser negociados por R$ 300 mil pela recuperação. Logo depois, a empresa laranja que comprou o imóvel abaixo do preço o revendia pelo valor inicial. “O esquema utilizava a empresa laranja para multiplicar o valor do crédito para a empresa que, em tese, teria entrado em falência”, disse.

O promotor destaca que não havia a necessidade de declarar falência, já que a empresa tinha liquidez para isso. “A empresa alegou à Justiça dívidas de R$ 250 milhões enquanto o proprietário da construtora tem patrimônio de R$ 600 milhões”, relata. Devido a isso, foi realizado bloqueio de bens em até R$ 500 milhões.