‘ Previstos para fevereiro, blocos de rua e desfiles na Sapucaí haviam sido adiados, e a prefeitura estudava se poderiam ser realizados no meio do ano, caso a pandemia de coronavírs estivesse sob controle
O prefeito Eduardo Paes (DEM) descartou a possibilidade de o carnaval ser realizado em julho do Rio de Janeiro. Em uma sequência de postagens nas suas redes sociais, Paes disse “ser impossível” preparar a cidade para a festa fora de hora, mesmo com a vacinação contra a Covid-19 em curso.
Pelo calendário normal, o carnaval neste ano estava previsto para acontecer de 13 a 16 de fevereiro (de sábado a terça). Mas, por causa da pandemia de coronavírus, os desfiles na Sapucaí e os blocos autorizados haviam sido inicialmente adiados para julho.
“Nunca escondi minha paixão pelo carnaval e a visão clara que tenho da importância econômica dessa manifestação cultural para nossa cidade. No entanto, me parece sem qualquer sentido imaginar a essa altura que teremos condições de realizar o carnaval em julho”, destacou.
“Essa celebração exige uma grande preparação por parte dos órgãos públicos e das agremiações e instituições ligadas ao samba. Algo impossível de se fazer nesse momento. Dessa forma, gostaria de informar que não teremos carnaval no meio do ano em 2021″, completou.
Segundo o prefeito, com todos vacinados, o carnaval deve voltar a acontecer em 2022.
Paes informou ainda que pretende elaborar algum projeto, através da Riotur e Secretaria municipal de Cultura, para ajudar no sustento das pessoas que trabalham diretamente com o carnaval.
Repercussão
O mundo do samba recebeu bem a notícia. Apesar da tristeza da comunidade do carnaval carioca, a maioria dos envolvidos que se manifestou na festa concorda com a decisão do município e entende que sem a vacinação em massa das pessoas, o evento seria um risco a saúde.
A Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) informou que manifesta “apoio e compreensão à referida decisão, tendo em vista o aumento geral dos casos de Covid-19 e o atual momento relacionado às incertezas quanto aos prazos de vacinação e imunização da nossa população”.
A Associação de Blocos de Rua do Rio (Sebastiana) afirmou que “recebe com alívio e apoia a decisão do prefeito do Rio de Janeiro Eduardo Paes de cancelar definitivamente o carnaval de 2020”.
Ainda de acordo com a Sebastiana, a decisão do prefeito Eduardo Paes “vem ao encontro do posicionamento da Sebastiana anunciado anteriormente, que reitera a não realização dos desfiles dos seus blocos em 2021”.
Desfiles em caso de vacina
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Bloco de Carnaval no Centro do Rio — Foto: Alexandre Macieira/Riotur
Quando deliberou sobre o adiamento para julho, a plenária da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa) condicionou a realização do desfiles à campanha de imunização contra a Covid-19.
No dia 13 de janeiro, uma lei de autoria do deputado Dionísio Lins (PP), determinando a criação de um carnaval anual em julho, foi publicada no Diário Oficial. O texto foi sancionado pelo governador em exercício, Cláudio Castro. O evento se chamaria CarnaRio.
No texto, o governador disse que o CarnaRio teria por finalidade “a estimulação do turismo, lazer e, principalmente, o aquecimento da economia com a criação de postos de empregos e venda de produtos e serviços”.
Na ocasião, A Sebastiana, Associação Independente dos Blocos de Carnaval de Rua da Zona Sul, Santa Teresa e Centro da Cidade do Rio de Janeiro, se manifestou contra o projeto.
A associação afirmou que não era hora para a decisão de uma festa no meio da pandemia da Covid-19 e ressaltou que via poucas possibilidades de acontecer carnaval este ano.
A Sebastiana destacou ainda que a festa só seria possível com a imunização da população e que a determinação não levava em consideração as questões sanitárias atuais.
32 mil vacinados
Até esta quinta-feira (21), a cidade do Rio havia imunizado 32 mil pessoas.
A média móvel registrada nesta quinta mostra que 139 pessoas morrem por dia no Estado do Rio segundo o consórcio dos veículos de comunicação.
Até quarta-feira (20), a Covid-19 já havia matado 28.215 pessoas em território fluminense.
No dia em que o anúncio foi feito, cerca de 0.5% da população carioca tinha sido vacinada contra o coronavírus. Especialistas afirmam que, para que haja uma imunidade de rebanho, a vacinação teria que atingir pelo menos 70% da população.
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