Ex-ministro articula candidatura ao Senado
Fonte: AR
Henrique Meirelles (PSD) quer trabalhar para atrair investimentos para Goiás a partir de 2023, como senador. Com esta determinação, Meirelles se prepara para trocar São Paulo por Goiânia nos próximos meses e lançar sua candidatura ao Senado. “A melhor política pública que existe é o emprego. E é isso que quero ajudar a criar em Goiás como senador”, define em entrevista exclusiva ao jornal A Redação.
Ex-ministro Henrique Meirelles abre sua casa para entrevista ao jornalista João Unes (Foto: Leonardo Rizzo)
Meirelles fala sério sobre sua candidatura. Atual secretário da Fazenda do Estado de São Paulo, o pessedista tem biografia qualificada para avalizar sua pretensão: foi ministro da Fazenda, presidente do Banco Central e presidente mundial do BankBoston, cargos que o credenciam à disputa. Nesta quinta-feira (30/9), Meirelles abriu um espaço na apertada agenda para receber a reportagem do AR em sua casa, no bairro paulistano Alto de Pinheiros. O resultado da entrevista exclusiva você confere a seguir:
P: Ex-ministro Henrique Meirelles, o senhor já decidiu quando vai transferir o domicílio eleitoral para Goiânia?
R: Isso daí é imediato, né. Eu tive o meu domicílio eleitoral a maior parte da vida em Goiânia, um período em Anápolis e agora, em um período mais curto, em São Paulo. Já estou providenciando todas as medidas para que isso seja implementado o mais rápido possível.
P: Como estão as tratativas para sua candidatura ao Senado junto ao governador Ronaldo Caiado?
R: Tive boas conversas. O governador [Ronaldo Caiado] e eu somos amigos há muitos anos e temos muitas experiências em comum. Aliás, o Ronaldo Caiado foi a primeira pessoa que me convidou a voltar ao Brasil na época em que eu morava nos Estados Unidos para entrar na vida política em Goiás. Isso foi no ano de 2001, quando ele foi até o meu gabinete em São Paulo para falar comigo.
Eu morava no exterior e, na primeira vez que vim ao Brasil, ele me convidou para ir a Goiás e, depois, promoveu uma reunião na executiva nacional do PFL, no Palácio da cidade do Rio de Janeiro, cujo anfitrião foi o então prefeito Cesar Maia, onde ele formalizou o convite para que eu entrasse na política em Goiás.
Naquela época, inclusive, o prefeito Cesar Maia fez o convite para eu me candidatar a senador pelo Rio de Janeiro. Eu agradeci, mas não aceitei o convite. Em 2014, recebi um convite e fui escolhido pela convenção do PSD para ser candidato a senador por São Paulo; também agradeci, mas não aceitei. Agora, na hipótese de ser senador por Goiás, eu acho um momento interessante, importante, no qual eu posso contribuir muito para o Estado e para o país no Senado Federal.
P: O senhor tem conversado com políticos de Goiás sobre a política local ainda em atividade na Secretaria da Fazenda de São Paulo? Como está essa política?
R: Está indo muito bem, tenho conversado com pessoas de diversas áreas e partidos. Está indo muito bem. Tem havido uma receptividade enorme. Eu recebi este convite para ser candidato a senador lá [em Goiás], o convite foi feito pelo senador Vanderlan Cardoso, pelo deputado federal Francisco Júnior e pelo presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab. Aceitei a hipótese de conversar e analisar a situação com seriedade, algo que nós estamos fazendo agora, como sempre na minha vida, fazendo tudo com seriedade, com trabalho e com dados baseados nos fatos, na realidade, etc.
P: O que sua candidatura pode trazer de bom e de concreto para o Estado de Goiás?
R: Acho que hoje existe muito recurso disponível no mundo. Então com a política de expansão de liquidez, que é a geração de moedas pelos bancos centrais do mundo inteiro para combater a crise econômica que veio pela pandemia, os grandes fundos de investimentos, investidores do mundo todo estão com muitos recursos, procurando locais para investir. Eles me procuram muito aqui e me perguntam: ‘Onde eu posso investir no Brasil?’
Na medida em que eu seja senador por Goiás, eu tenho legitimidade, inclusive, para indicar o Estado, mostrar o potencial do Estado para investimentos e isso vai gerar emprego e renda. Porque, em última análise, a melhor política social de qualquer país é gerar emprego. O que a população precisa é ter trabalho e ter renda. Não é uma mera alocação de uma verba para construir uma praça na cidade – tudo bem, é útil, mas o que as pessoas precisam é de emprego.