Policial foi alvo de busca e apreensão
A Polícia Militar de Goiás (PM-GO) informou, neste sábado (18/3), que o agente Silvério dos Santos não chegou a ser preso durante a oitava fase da Operação Lesa Pátria, deflagrada na sexta-feira (17/3) e responsável pelo cumprimento de 32 mandados judiciais de prisão preventiva e 46 de busca e apreensão em dez estados, incluindo Goiás.
A iniciativa da Polícia Federal (PF) visa identificar pessoas que participaram, financiaram ou fomentaram os atos antidemocráticos que culminaram na invasão e depredação do Palácio do Planalto, Congresso Nacional e da sede do Supremo Tribunal Federal (STF), em 8 de janeiro.
O esclarecimento da PM-GO veio por meio de um pedido de retratação, já que alguns veículos de comunicação chegaram a noticiar a prisão de Silvério. No documento, a corporação afirmou que o policial foi alvo “apenas de busca e apreensão”.
Lesa Pátria
Na sexta-feira (17/3), os mandados judiciais foram cumpridos em dez estados: Bahia, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Maranhão, Minas Gerais, Paraná, Rio Grande do Sul; Rondônia e São Paulo. Tratou-se da continuição da operação, que teve início em 20 de janeiro deste ano, para investigar supostos crimes de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado, associação criminosa, incitação ao crime, destruição e deterioração ou inutilização de bem especialmente protegido.
Balanço
Tornada permanente, a ação da PF tinha resultado, até o último dia 7, quando foi deflagrada a sétima fase, no cumprimento de 29 mandados de prisão preventiva; três de prisão temporária e 109 de busca e apreensão. Os números têm sido atualizados periodicamente e a PF deve divulgar, em breve, os dados mais recentes.
No total, já foram instaurados sete inquéritos para apurar os fatos e as responsabilidades: três específicos contra parlamentares que participaram dos atos, um contra financiadores, um contra autores intelectuais, um contra os executores materiais e outro contra as autoridades do Distrito Federal – o governador Ibaneis Rocha, que chegou a ser afastado do cargo; o ex-secretário de Segurança Pública Anderson Torres e o ex-comandante-geral da Polícia Militar, Fábio Vieira.
Além das prisões preventivas realizadas durante as diversas fases da Lesa Pátria, 2.151 pessoas suspeitas de participar dos atos já tinham sido presas entre os dias 8 e 9 de janeiro, no acampamento montado em frente ao Quartel General do Exército, em Brasília. Destas, 294 (86 mulheres e 208 homens) permanecem no sistema penitenciário do Distrito Federal. Os demais foram soltos por não representarem mais riscos à sociedade e às investigações.
Entenda
Depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito em segundo turno, no final de outubro, apoiadores do ex-presidente Bolsonaro demonstram inconformismo com o resultado do pleito e iniciaram uma série de acampamentos em frente a quartéis generais do país, pedindo golpe militar no país para depor o presidente eleito. As manifestações culminaram com a invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, no dia 8 de janeiro.