Solicitação da defesa do ex-presidente foi feita sob argumento de que Moro não foi imparcial, reforçado pelas publicações do The Intercept Brasil
Da Redação Veja
A procuradora-Geral da República, Raquel Dodge, encaminhou nesta sexta-feira (21) ao Supremo Tribunal Federal (STF) novo parecer contrário ao pedido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para anular sua condenação no caso do tríplex de Guarujá.
A solicitação da defesa de Lula foi feita sob o argumento de que Moro não foi imparcial na análise do caso. O pedido foi reforçado por petição apresentada no dia 13. Eles dizem que as conversas de Moro e Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato, revelam “completo rompimento da imparcialidade” do ex-juiz.
A ação está na pauta do STF da próxima terça-feira, 25. Os ministros Luiz Edson Fachin e Cármen Lúcia já haviam votado contra o pedido, mas Gilmar Mendestinha pedido vista. Por isso Dodge voltou a se posicionar.
Nas conversas publicadas pelo site desde o dia 9, Moro sugere ao Ministério Público Federal trocar a ordem de fases da Lava Jato, cobra a realização de novas operações, dá conselhos e pistas e antecipa ao menos uma decisão judicial.
Segundo Cristiano Zanin Martins, um dos advogados de Lula, Raquel Dodge errou na manifestação desta sexta. Em nota, disse que o Habeas Corpus impetrado em favor do ex-presidente Lula, em 5 de novembro de 2018, e que está na pauta da Segunda Turma do STF, não está amparado nas reportagens divulgadas pelo “The Intercept”. “O referido HC”, alegando a imparcialidade do então juiz Sergio Moro, começou a ser julgado pela Suprema Corte em dezembro do ano passado.