Operação encontrou indícios de favorecimento a empresários no aluguel de complexo hospitalar como hospital de campanha.
Fonte: G1 Brasil
O secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campêlo, foi preso nesta quarta-feira (2), em Manaus. Ele foi abordado pela Polícia Federal no aeroporto, ao sair de um avião. Em seguida, ele foi levado para a sede da PF para os procedimentos legais.
Resumo:
- Operação investiga se funcionários da Secretaria de Estado de Saúde fizeram contratação fraudulenta para favorecer grupo de empresários locais para a construção de hospital de campanha, sob orientação da cúpula do governo do Estado.
- Agentes fizeram buscas na casa de Wilson Lima, na sede do governo do Amazonas, na Secretaria de Saúde e na casa do secretário estadual de Saúde, Marcellus Campêlo.
- Campêlo não havia sido encontrado pelos agentes. Em nota, ele disse que estava viajando, mas está “à disposição” da Justiça e vai “prestar todos os esclarecimentos”. Ele foi preso no aeroporto de Manaus, ao descer de um avião, e foi levado à sede da PF.
- Também houve ações da PF no Hospital Nilton Lins e na casa do dono da unidade, Nilton Costa Lins Júnior, que foi preso. Durante a ação da PF, o empresário chegou a efetuar disparos com arma de fogo.
- Há, ainda, autorização da Justiça para a quebra dos sigilos bancário, fiscal e telefônico do governador e do secretário de Saúde.
Segundo a investigação, contratos assinados em janeiro de 2021 com o governo do Amazonas para serviços de conservação e limpeza, lavanderia hospitalar e diagnóstico por imagem no hospital de campanha têm indícios de irregularidades no processo licitatório, prática de sobrepreço e não prestação de serviços contratados.
Os responsáveis pelas irregularidades poderão responder pelos crimes de fraude à licitação, peculato e pertencimento a organização criminosa. Se condenados, poderão cumprir pena de até 24 anos de reclusão.
Julgamento no STJ e depoimentos na CPI
Além da ação da PF, Wilson Lima será julgado pela Corte Especial do STJ por uma denúncia por supostas fraudes na compra de respiradores. No ano passado, o governo comprou respiradores, sem licitação, de uma importadora de vinhos. O vice-governador do Amazonas, Carlos Almeida, também responde à denúncia, junto com outras 16 pessoas. O julgamento, que deveria ocorrer nesta quarta-feira, foi adiado e não há data prevista para a retomada.
Já na CPI da Covid do Senado, que investiga a atuação do governo federal na pandemia e o uso de recursos federais por estados e municípios, o governador Wilson Lima e o secretário Marcellus Campêlo foram convocados para depor.
O presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid, senador Omar Aziz (PSD-AM), informou que o depoimento do governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), será antecipado para a próxima quinta-feira (10). Inicialmente, a ida de Lima à CPI estava programada para o dia 29 de junho.
Marcellus Campêlo, da Secretaria de Saúde do Amazonas. — Foto: Divulgação/Secom